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Jerusalém é uma cidade fascinante, cheia de história, cultura e religião. É um destino que atrai milhões de peregrinos, turistas e aventureiros todos os anos. Mas como aproveitar ao máximo uma viagem a Jerusalém em apenas cinco dias? Vamos dar algumas dicas e sugestões de como planejar um roteiro incrível pela Cidade Santa.
Dia 1: Conheça a Cidade Velha
A Cidade Velha é o coração de Jerusalém, onde se encontram alguns dos locais mais importantes para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Neste artigo, vou compartilhar com você algumas dicas e curiosidades sobre como conhecer a Cidade Velha de Jerusalém, uma experiência única e inesquecível.
A Cidade Velha é cercada por muralhas construídas no século XVI pelo sultão otomano Solimão, o Magnífico. Dentro das muralhas, há quatro bairros: o Bairro Judeu, o Bairro Cristão, o Bairro Muçulmano e o Bairro Armênio. Cada um deles tem sua própria atmosfera, arquitetura e tradições. Você pode explorar a Cidade Velha a pé, seguindo as placas que indicam os principais pontos de interesse, ou contratar um guia que possa explicar melhor a história e a cultura de cada lugar.
Alguns dos locais que você não pode deixar de visitar na Cidade Velha são:
- O Muro das Lamentações: é o local mais sagrado para os judeus, pois é o único vestígio do antigo Templo de Jerusalém, destruído pelos romanos no ano 70 d.C. Os judeus vêm ao Muro para orar, agradecer e pedir bênçãos. É comum ver pessoas colocando pequenos pedaços de papel com seus desejos nas fendas do Muro.
- A Esplanada das Mesquitas: é o local mais sagrado para os muçulmanos em Jerusalém, pois é onde se acredita que o profeta Maomé ascendeu aos céus. A Esplanada abriga duas belas mesquitas: a Mesquita de Al-Aqsa, a terceira mais importante do islamismo, e a Cúpula da Rocha, que se destaca por seu domo dourado e sua arquitetura bizantina. A entrada na Esplanada é restrita aos muçulmanos, mas os não muçulmanos podem visitar o exterior em horários específicos.
- A Via Dolorosa: é o caminho que Jesus Cristo percorreu carregando a cruz até o local de sua crucificação. A Via Dolorosa tem 14 estações que marcam os eventos da Paixão de Cristo, como a condenação, a flagelação, o encontro com sua mãe e sua morte. A Via Dolorosa termina na Basílica do Santo Sepulcro, onde se acredita que Jesus foi sepultado e ressuscitou. A Basílica é um dos locais mais sagrados para os cristãos e um dos mais impressionantes da Cidade Velha, com suas diversas capelas, relicários e mosaicos.
- O Bairro Armênio: é o menor e mais tranquilo dos quatro bairros da Cidade Velha. Os armênios são uma das comunidades mais antigas de Jerusalém, tendo chegado à cidade no século IV. O Bairro Armênio tem um charme especial, com suas ruas estreitas, suas lojas de cerâmica e seu mosteiro ortodoxo. Você pode visitar o Museu Armênio, que conta a história e a cultura desse povo, ou admirar as pinturas murais do artista armênio Yervant Nahapetian na Catedral de São Tiago.
Você pode fazer um tour guiado pela Cidade Velha ou caminhar por conta própria, mas lembre-se de respeitar as regras e costumes de cada lugar.
Dia 2: Descubra a Cidade Nova
A cidade nova de Jerusalém se estende além das muralhas da cidade velha, abrangendo vários bairros e áreas. Uma das mais famosas é a rua Ben Yehuda, uma zona pedonal que é o coração comercial e social da cidade. Aqui você pode encontrar lojas, cafés, restaurantes e artistas de rua, além de sentir o pulso da vida cotidiana dos habitantes locais. A rua Ben Yehuda também é um ótimo lugar para experimentar a culinária israelense, que mistura influências do Oriente Médio, da Europa e do Mediterrâneo. Você pode saborear pratos típicos como falafel, hummus, shawarma e salada israelense, ou se aventurar em sabores mais exóticos como o shakshuka, um ensopado de tomate e ovos.
Outra área que merece uma visita é o bairro de Yemin Moshe, localizado em uma colina com vista para a cidade velha. Este bairro foi fundado em 1891 como o primeiro assentamento judaico fora das muralhas, e hoje é um dos mais charmosos e pitorescos da cidade. Suas casas de pedra branca, seus jardins floridos e suas ruas estreitas criam uma atmosfera romântica e tranquila. Você pode passear pelo bairro e admirar a vista panorâmica da cidade velha, ou visitar o Museu Menachem Begin, que conta a história do antigo primeiro-ministro israelense.
Se você gosta de arte e cultura, não pode deixar de conhecer o Museu de Israel, o maior e mais importante museu do país. O museu abriga uma coleção impressionante de artefatos arqueológicos, históricos e artísticos, que cobrem desde a pré-história até os dias atuais. Entre os destaques estão os Manuscritos do Mar Morto, os mais antigos textos bíblicos já encontrados, que estão expostos em uma cúpula que lembra um pergaminho. O museu também possui uma seção dedicada à arte judaica e à vida judaica ao longo dos séculos, bem como uma galeria de arte moderna e contemporânea.
Para quem procura diversão e lazer, Jerusalém também tem opções para todos os gostos. Você pode curtir a vida noturna da cidade em bares, pubs e clubes, que oferecem música ao vivo, DJs e shows. Você também pode assistir a espetáculos de teatro, dança e cinema em vários locais culturais da cidade. Ou você pode relaxar em um dos muitos parques e jardins da cidade, como o Parque Sacher, o Jardim Botânico ou o Jardim Zoológico Bíblico.
Dia 3: Faça um bate-volta ao Mar Morto
O Mar Morto é um lago salgado que fica na fronteira entre Israel, Jordânia e Palestina. Ele é o ponto mais baixo da superfície terrestre, a cerca de 430 metros abaixo do nível do mar. Ele tem esse nome porque a sua salinidade é tão alta que impede o desenvolvimento de qualquer forma de vida. Por outro lado, essa salinidade também tem benefícios para a saúde, pois ajuda a hidratar a pele, aliviar dores musculares e melhorar a circulação sanguínea.
Para visitar o Mar Morto, você pode alugar um carro em Jerusalém ou pegar um ônibus da empresa Egged que sai da estação central de ônibus. O trajeto dura cerca de uma hora e meia e passa por paisagens desérticas impressionantes. Você pode escolher entre várias praias públicas ou privadas para aproveitar o Mar Morto. Algumas das mais populares são Ein Gedi, Ein Bokek e Kalia.
A experiência de flutuar no Mar Morto é única e inesquecível. Você não precisa fazer nenhum esforço para boiar na água, pois a densidade é muito maior que a do seu corpo. Você pode relaxar e apreciar a vista das montanhas ao redor. Só tome cuidado para não deixar a água entrar nos olhos ou na boca, pois ela é muito salgada e pode causar irritação. Também é recomendável passar argila do Mar Morto no corpo, pois ela tem propriedades terapêuticas e cosméticas.
Dia 4: Explore Belém e Jericó
Além de sua rica história e cultura, Jerusalém também oferece a oportunidade de explorar outras cidades antigas e belas da região, como Belém e Jericó.
Belém é a cidade onde nasceu Jesus Cristo, segundo a tradição cristã. Lá, você pode visitar a Basílica da Natividade, construída sobre a gruta onde se acredita que ele nasceu. Você também pode conhecer a Igreja de Santa Catarina, onde se celebra a Missa do Galo na véspera de Natal. Além disso, Belém tem outros atrativos, como o Museu do Folclore Palestino, o Campo dos Pastores e o Muro da Vergonha, que separa a cidade de Israel.
Jericó é considerada uma das cidades mais antigas do mundo, com mais de 10 mil anos de existência. Ela é famosa por sua muralha bíblica, que teria caído ao som das trombetas de Josué. Hoje, você pode ver as ruínas da antiga Jericó no sítio arqueológico de Tell es-Sultan. Outras atrações imperdíveis são o Monte da Tentação, onde Jesus teria jejuado por 40 dias e resistido às tentações do diabo, e o Oásis de Ein es-Sultan, uma fonte natural que irriga a cidade e seus jardins.
Para explorar Belém e Jericó, você pode contratar um tour guiado a partir de Jerusalém ou ir por conta própria. Se optar pela segunda opção, lembre-se de levar o seu passaporte e verificar as condições de segurança na região. Ambas as cidades ficam na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel. Por isso, você terá que passar por postos de controle militares e enfrentar possíveis tensões políticas.
Mas não deixe que isso te desanime. Belém e Jericó são destinos incríveis que valem a pena ser visitados. Você vai se surpreender com a beleza, a história e a hospitalidade dessas cidades. E vai voltar para Jerusalém com uma experiência inesquecível.
Dia 5: Aproveite o Monte das Oliveiras e o Jardim do Getsêmani
Entre os muitos atrativos que Jerusalém oferece, dois se destacam pela sua importância bíblica e pela sua beleza natural: o Monte das Oliveiras e o Jardim do Getsêmani.
O Monte das Oliveiras é uma colina que fica a leste da Cidade Antiga de Jerusalém, separada dela pelo vale do Cedrom. Do seu cume, é possível ter uma vista panorâmica da cidade e do Monte do Templo, onde ficava o antigo templo de Salomão e onde hoje estão a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. O Monte das Oliveiras é um lugar sagrado para as três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Para os judeus, é o local onde o Messias irá aparecer no fim dos tempos. Para os cristãos, é o local onde Jesus orou, chorou, profetizou e ascendeu aos céus. Para os muçulmanos, é o local onde Maomé subiu aos céus em uma jornada noturna.
No Monte das Oliveiras, há vários locais de interesse para os visitantes, como a Igreja do Pai Nosso, onde Jesus ensinou a oração mais famosa do cristianismo; a Igreja da Ascensão, que marca o ponto onde Jesus subiu aos céus; a Igreja de Maria Madalena, que tem uma arquitetura russa-ortodoxa; o Túmulo dos Profetas, que abriga os restos mortais de Zacarias, Ageu e Malaquias; e o Cemitério Judaico, que é o mais antigo e mais venerado do mundo.
O Jardim do Getsêmani é um pequeno bosque de oliveiras que fica aos pés do Monte das Oliveiras, próximo à Porta dos Leões. Foi nesse lugar que Jesus passou a sua última noite antes de ser preso e crucificado. Foi ali que ele orou com angústia ao Pai, pedindo que afastasse dele o cálice da morte, mas se submetendo à sua vontade. Foi ali que ele foi traído por Judas com um beijo e entregue aos soldados romanos. Foi ali que ele deixou um exemplo de fé, obediência e amor.
No Jardim do Getsêmani, há duas igrejas que merecem uma visita: a Basílica da Agonia, que foi construída sobre a rocha onde Jesus orou; e a Igreja de Todas as Nações, que foi erguida com as doações de vários países e que tem belos vitrais que retratam as cenas da paixão de Cristo. Além disso, há também algumas oliveiras milenares que testemunharam os acontecimentos bíblicos.
Visitar o Monte das Oliveiras e o Jardim do Getsêmani é uma experiência inesquecível para quem quer conhecer mais sobre a história e a fé de Jerusalém. É uma oportunidade de contemplar as paisagens sagradas, de sentir a presença divina e de se inspirar na vida de Jesus. É uma viagem que toca o coração e a alma dos viajantes.