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Oásis é um lugar onde há água e vegetação no meio do deserto, uma fonte de beleza e encantamento, além de um refúgio para os animais e as pessoas que vivem nessas áreas áridas e hostis, contrastando com a monotonia e a secura do deserto. Explore seis oásis isolados que surgem como miragens em meio a paisagens áridas:
1. Huacachina, Peru
Imagine que você está no meio do deserto, cercado por dunas de areia que se estendem até o horizonte. Você sente o calor do sol e a secura do ar. De repente, você avista um pequeno lago verde, rodeado por palmeiras e casas coloridas. Você acha que está sonhando, mas não: você acaba de encontrar o oásis de Huacachina, no Peru.
Huacachina é uma vila no sudoeste do Peru, construída em torno de um pequeno oásis cercado por dunas de areia. Está localizada na província de Ica, a cerca de cinco quilômetros da cidade de Ica. O oásis de Huacachina é um lago pequeno, cercado por palmeiras e dunas enormes, que compõem um cenário único e imperdível.
Huacachina fica a cerca de 300 km de Lima, a capital do Peru. A forma mais fácil e rápida de chegar é pegar um ônibus até a cidade de Ica, que leva cerca de 4 horas. De lá, você pode pegar um táxi ou um mototáxi até Huacachina, que fica a apenas 10 minutos de distância.
Existem várias empresas de ônibus que fazem o trajeto entre Lima e Ica, como Cruz del Sur, Oltursa e Soyuz. Você pode comprar as passagens online ou nas rodoviárias. Os preços variam de acordo com o horário, a classe e a demanda, mas geralmente ficam entre 20 e 40 soles (entre 6 e 12 dólares).
Outra opção é alugar um carro em Lima e dirigir até Huacachina. A estrada é boa e bem sinalizada, mas você precisa ter cuidado com os pedágios e os radares. O aluguel do carro custa cerca de 50 dólares por dia, mais o combustível e os pedágios.
Se você preferir uma opção mais confortável e segura, você pode contratar um transfer privado ou uma excursão guiada que inclua Huacachina no roteiro. Essa opção é mais cara, mas também mais conveniente e personalizada. Você pode encontrar várias ofertas online ou nas agências de turismo em Lima.
A principal atração de Huacachina é o próprio oásis, que é um lugar lindo e relaxante para admirar e fotografar. Você pode caminhar ao redor do lago, sentar em um dos bancos ou cafés à beira da água, ou até mesmo entrar na água se quiser se refrescar. Segundo a lenda local, a água do oásis tem propriedades curativas para doenças como artrite, reumatismo, asma e bronquite.
Mas se você está procurando mais aventura e diversão, Huacachina também tem muito a oferecer. A atividade mais popular é o passeio de buggy pelas dunas, que é uma experiência emocionante e adrenalina pura. Os buggies são veículos adaptados para andar na areia, com capacidade para até 10 pessoas. Eles sobem e descem as dunas em alta velocidade, fazendo curvas e saltos que fazem você gritar de emoção.
O passeio de buggy também inclui paradas para praticar sandboard nas dunas. O sandboard é como um snowboard na areia: você desce as dunas com uma prancha nos pés ou na barriga. É muito divertido e não requer muita habilidade. Você só precisa ter coragem e disposição para subir as dunas depois.
Os passeios de buggy e sandboard duram cerca de uma hora ou duas horas, dependendo da opção que você escolher. Eles saem todos os dias, várias vezes ao dia, mas o melhor horário é no final da tarde, para aproveitar o pôr do sol nas dunas. Os preços variam entre 30 e 60 soles (entre 9 e 18 dólares), e você pode reservar nas agências ou nos hotéis em Huacachina.
Outra atividade que você pode fazer em Huacachina é visitar as vinícolas e as destilarias de pisco na região de Ica. O pisco é a bebida nacional do Peru, feita a partir da destilação do vinho de uva. Você pode fazer um tour pelas fazendas que produzem o pisco, aprender sobre o processo de fabricação, degustar diferentes tipos e sabores, e até mesmo comprar algumas garrafas para levar para casa.
Os tours pelas vinícolas e destilarias de pisco duram cerca de três horas, e custam entre 20 e 40 soles (entre 6 e 12 dólares), incluindo o transporte e a degustação. Você pode reservar nas agências ou nos hotéis em Huacachina, ou pegar um táxi ou um mototáxi até as fazendas por conta própria.
Huacachina é um lugar incrível, mas também tem alguns pontos negativos que você precisa saber antes de ir. O primeiro é que o oásis não é tão natural quanto parece. Na verdade, ele é alimentado por água bombeada artificialmente, pois o nível do lago estava diminuindo por causa do uso excessivo da água na região. Além disso, a água do oásis não é muito limpa, pois recebe muitos resíduos dos hotéis e dos visitantes. Por isso, tome cuidado ao entrar na água, e evite engolir ou colocar nos olhos.
O segundo ponto negativo é que Huacachina é um lugar muito turístico e comercializado. Isso significa que você vai encontrar muitos vendedores ambulantes, preços inflacionados, e qualidade duvidosa dos serviços. Por isso, pesquise bem antes de comprar ou contratar qualquer coisa, e não tenha medo de negociar ou recusar ofertas. Além disso, tome cuidado com os seus pertences, pois há relatos de furtos e golpes na área.
O terceiro ponto negativo é que Huacachina não tem muito mais a oferecer além do oásis e das dunas. A vila é muito pequena e não tem muita infraestrutura ou atrações culturais. Por isso, não espere encontrar muita variedade de restaurantes, lojas ou entretenimento. A maioria das pessoas fica em Huacachina apenas por uma noite ou duas, o que é suficiente para aproveitar o lugar.
Mas apesar desses pontos negativos, Huacachina ainda vale muito a pena ser visitada. É um lugar único no mundo, que oferece uma paisagem deslumbrante e uma aventura inesquecível.
2. Siwa, Egito
Siwa é um dos mais belos oásis do Egito, o mais remoto e o único localizado no Deserto Ocidental. Fica situada a 560 km da capital do país e a 50 km do território da Líbia. A população de Siwa é majoritariamente berbere, que é considerado o verdadeiro povo indígena do deserto ocidental. Os Siwans – assim chamados, na verdade falam a sua própria língua, que é mais próxima do berbere dos povos do deserto do que o árabe falado no restante do país.
Para chegar a Siwa, é preciso enfrentar uma longa viagem de mais de 10 horas entre a costa do Mediterrâneo e o deserto. Mas eu garanto que vale a pena cada quilômetro percorrido. Siwa é um oásis de paz, tranquilidade e natureza exuberante. Mais de 300 nascentes de água doce alimentam o oásis, irrigando cerca de 300 mil tamareiras e 70 mil oliveiras. O contraste entre o verde das plantas e o amarelo da areia é de tirar o fôlego.
Mas Siwa não é só um refúgio natural. É também um lugar rico em história e cultura. Siwa é conhecida por abrigar o Templo de Amón, que infelizmente ruiu após um terremoto em 1811. O templo do Oráculo, cuja construção data de 663 a.C., fica 30 metros acima do nível do mar e era tão famoso que até Alexandre, o Grande, foi visitá-lo em busca de aconselhamentos. Hoje, é possível ver as ruínas do templo, além de retratos dos deuses Amón e Rá, esculturas, gravuras e muralhas que sobreviveram com o passar do tempo. Além disso, o pôr do sol é um verdadeiro espetáculo visto de cima do templo.
Outra atração imperdível em Siwa é a Montanha dos Mortos, uma colina cônica que abriga mais de 1500 túmulos que datam do final do período faraônico. Entre eles, se destaca o túmulo de Si-Amón, que possui gravuras que descrevem o falecido, de origem grega, na companhia de sua família e dos deuses. Durante a Segunda Guerra Mundial, os habitantes do oásis se refugiaram nos túmulos para se protegerem dos atentados.
Mas se você prefere relaxar e curtir a natureza, Siwa também tem opções para você. A piscina de Cleópatra, localizada na estrada que leva ao Templo de Amón, é um lago alimentado por água natural e gaseificada, que fica cheia de bolhas. A piscina é rodeada de areia branquinha, palmeiras e águas esmeraldas de temperatura morna. É um convite irresistível para um mergulho refrescante. Mas lembre-se: o país é muçulmano, então nada de sungas e biquínis na hora de mergulhar. É preciso usar uma roupa que cubra o corpo de maneira apropriada para a ocasião.
Outra piscina natural que vale a pena conhecer é a Ilha de Fatnas, localizada às margens do Lago Siwa. A ilha é um verdadeiro paraíso, com uma vista deslumbrante para as montanhas e as dunas. É um lugar perfeito para relaxar e contemplar a beleza do oásis.
A noite em Siwa não é muito agitada, mas tem seu charme. Muitas pessoas ficam nos terraços das casas fumando narguilé enquanto desfrutam da companhia uma das outras. O céu estrelado é um espetáculo à parte, que faz você se sentir em outro mundo. E se você quiser experimentar a culinária local, não deixe de provar o chá de tâmara, uma das especialidades do oásis, e os deliciosos queijos, coalhada, mel, falafel e hibisco. Os preços nos restaurantes são bem acessíveis, então dá para comer bem sem gastar muito.
3. Chebika, Tunísia
Chebika é uma pequena aldeia e um oásis de montanha situado a cerca de 50 km ao norte de Tozeur, a principal cidade da região. A aldeia atual fica próxima às ruínas da antiga aldeia, que foi abandonada em 1969 após uma grande inundação que provocou mais de 400 mortos em toda a Tunísia. A antiga aldeia era um refúgio de berberes, um povo nativo do norte da África, que viviam em casas de pedra construídas nas encostas das montanhas. Hoje, essas casas são um atrativo turístico, pois serviram de cenário para filmes famosos como Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança e O Paciente Inglês.
Mas o que realmente impressiona em Chebika é o contraste entre o deserto árido e o oásis exuberante. Para chegar ao oásis, é preciso atravessar uma ponte sobre um riacho e seguir por uma trilha entre as palmeiras. O caminho é fácil e agradável, mas o melhor está por vir. Ao final da trilha, surge uma cachoeira que desce pelas rochas e forma uma piscina natural de água cristalina. É impossível resistir à tentação de se refrescar nessa água, que tem uma temperatura ideal para aliviar o calor do deserto. A sensação é de estar em um sonho, cercado por uma paisagem deslumbrante.
O oásis de Chebika é um dos três oásis de montanha da Tunísia, junto com Tamerza e Mides. Eles fazem parte do Parque Nacional de Jebel el Negueb, que protege a biodiversidade e o patrimônio cultural da região. Visitar esses oásis é uma oportunidade única de conhecer uma faceta diferente da Tunísia, um país que tem muito mais a oferecer do que praias e ruínas antigas. É uma experiência que mexe com os sentidos e com a alma, e que fica gravada na memória para sempre.
4. Crescent Lake, China
Você já imaginou encontrar um lago em forma de meia-lua, cercado por dunas de areia, em meio a um deserto árido? Pois é, esse lugar existe e se chama Yueyaquan, que significa “fonte da lua crescente” em chinês. Esse lago é uma maravilha natural do deserto de Gobi, localizado a 6 km ao sul da cidade de Dunhuang, na província de Gansu. Ele é um dos destinos turísticos mais populares da região, pois oferece uma paisagem incrível e diversas atividades para os visitantes.
O Lago Crescente tem uma história milenar e já foi mencionado por viajantes famosos como Marco Polo e Xuanzang. Ele foi nomeado assim na dinastia Qing e era considerado um lugar sagrado pelos budistas. Em 1932, as exploradoras Mildred Cable e Francesca French visitaram o lago e registraram suas impressões em seu livro O Deserto de Gobi: “Ao nosso redor vimos camada sobre camada de altas dunas de areia, negando nossa busca, mas quando, com um esforço final e desesperado, nos içamos sobre a última crista e olhamos para o que havia além, vimos o lago abaixo, e sua beleza era encantadora.”
Segundo medições feitas em 1960, a profundidade média do lago era de 4 a 5 metros, com uma profundidade máxima de 7,5 metros. Nas quatro décadas seguintes, a profundidade do lago diminuiu mais de 7,6 metros. No início dos anos 90, ele havia encolhido para uma profundidade média de um metro. Em 2006, o governo local, com a ajuda do governo central, começou a encher o lago e restaurar sua profundidade; sua profundidade e tamanho têm crescido anualmente desde então.
Uma pesquisa mostra que a misteriosa forma de meia-lua foi resultado de uma depressão natural criada pelo vento. Como a teoria da ventilação cruzada afirma, as areias que caem das montanhas ao redor seriam sopradas para o outro lado da próxima Montanha da Areia Ecológica. Assim, as areias não sufocam a fonte. Esse fenômeno natural mantém as dunas de areia e a fonte em uma existência harmoniosa e quase paradoxal.
O lago e os desertos ao redor são muito populares entre os turistas, que podem fazer passeios de camelo e veículo todo-o-terreno. Além disso, o lago oferece outras atrações como um pavilhão elegante, um templo budista e um museu. Os visitantes podem testemunhar as variadas cenas do lago desde o nascer do sol até o pôr do sol; como o brilho suave do amanhecer e a imagem espelhada ao anoitecer. É nesse momento que o lago reflete as nuvens rosadas e as dunas douradas do entorno.
À noite, uma luz neon azul circunda o lago lembrando a lua no chão. A área cênica fica aberta até tarde da noite, permitindo que os visitantes se divirtam sob o céu estrelado. É também um paraíso para os fotógrafos, pois o ingresso é válido por três dias. Assim, os fotógrafos têm a oportunidade de fotografar em diferentes momentos do dia.
5. Ein Gedi, Israel
Ein Gedi é um lugar incrível que combina natureza, história e espiritualidade. É uma reserva natural localizada na costa ocidental do Mar Morto, o ponto mais baixo da Terra. Ein Gedi significa “fonte do cabrito” em hebraico, e é um nome apropriado para um lugar que abriga muitos animais selvagens, como cabras montesas, hienas, raposas e aves.
Ein Gedi é também um lugar de grande importância histórica e religiosa. Foi aqui que o rei Davi se refugiou do rei Saul, que queria matá-lo. Foi aqui que os essênios, uma seita judaica misteriosa, viveram e escreveram os Manuscritos do Mar Morto. E foi aqui que muitos cristãos primitivos vieram para se isolar e meditar.
Mas o que torna Ein Gedi um verdadeiro oásis é a sua abundância de água. Apesar de estar cercado pelo deserto árido, Ein Gedi possui quatro nascentes que alimentam várias cachoeiras e piscinas naturais. A mais famosa delas é a cachoeira de David, que tem 15 metros de altura e forma uma lagoa refrescante onde os visitantes podem se banhar. Outras cachoeiras notáveis são a de Arugot, a de Shulamit e a de Dodim.
Ein Gedi é um destino perfeito para quem ama viajar e explorar lugares únicos e fascinantes. Além de apreciar a beleza natural e a riqueza cultural do lugar, os viajantes podem também aproveitar as propriedades terapêuticas do Mar Morto, que tem uma alta concentração de sal e minerais que fazem bem para a pele e a saúde. Ein Gedi é um oásis de paz, harmonia e encanto no meio do deserto.
6. Ubari, Líbia
Ubari é a capital do distrito de Wadi al Hayaa e é habitada pelos tuaregues berberes, um povo nômade que vive no deserto do Saara. Ubari fica na vale de Targa, entre o planalto de Messak Sattafat e o erg de Idhan Ubari, uma área de dunas e lagos. Esses lagos são os restos de um antigo ecossistema aquático que cobria a região há milhares de anos.
Alguns desses lagos estão secando lentamente devido à seca e ao escoamento artificial, mas outros ainda preservam sua beleza e biodiversidade. Os lagos mais famosos são o Umm al-Maa e o Gaberun, que atraem turistas de todo o mundo. O lago Umm al-Maa significa “Mãe das Águas” e tem uma água muito salgada, com uma concentração semelhante à do Mar Morto. A peculiaridade desse lago é que as camadas inferiores da água são sempre muito quentes, podendo chegar a 100 graus Celsius, enquanto as camadas superiores são frias.
O lago Gaberun é o menor dos lagos e tem uma profundidade de 7 metros. Ambos os lagos são cercados por vegetação nativa, como gramíneas e tamareiras, que contrastam com a aridez do deserto. Para chegar a esses lagos, os turistas geralmente vão até Tkerkiba, onde há um acampamento com tendas e produtos souvenirs. Lá também é possível conhecer a cultura e a história dos tuaregues, que têm uma língua, uma religião e uma arte próprias.
Ubari também tem uma importância estratégica para a Líbia, pois fica perto do maior campo de petróleo do país, o NC186, operado pela Repsol. Além disso, Ubari foi palco de conflitos durante as guerras civis na Líbia, sendo capturada pelas forças do Conselho Nacional de Transição em 2011 e sendo alvo de tentativas do Estado Islâmico de estabelecer uma base na região.
Em 2021, Ubari foi incluída em um processo de paz liderado pela ONU, que visa promover a reconciliação entre as diferentes facções líbias. Ubari é um destino fascinante para quem gosta de aventura, natureza e cultura. É um lugar onde se pode admirar a beleza dos lagos no meio do deserto, conhecer a vida dos tuaregues e testemunhar a história recente da Líbia.
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