Compartilhe este artigo
Você já se perguntou como é o universo além do nosso planeta? Você já quis ver de perto as estrelas, os planetas, as galáxias e outros fenômenos celestes? Se você é um apaixonado por astronomia, ou simplesmente curioso sobre o que há lá fora, você vai adorar conhecer alguns dos principais observatórios do mundo, onde é possível observar o céu com equipamentos de alta tecnologia e aprender mais sobre o cosmos.
Os observatórios são locais utilizados para a observação e o estudo de eventos terrestres e celestes, como a climatologia, a geologia e, claro, a astronomia. Eles são instalados em locais altos, com pouca luminosidade artificial e poluição, para garantir uma melhor visualização do céu. Além disso, eles possuem diversos telescópios, radiotelescópios e outros instrumentos que permitem captar diferentes tipos de radiação eletromagnética emitida pelos corpos celestes.
Existem observatórios espalhados pelo mundo todo, mas alguns se destacam pela sua importância científica, histórica ou turística. Neste texto, vamos apresentar alguns deles e convidar você a fazer uma viagem pelo universo sem sair da Terra.
-
Observatório ALMA, Chile
Você já imaginou como seria ver o universo em comprimentos de onda invisíveis ao olho humano? Como seria observar as origens das estrelas, dos planetas e das galáxias? Essas são algumas das perguntas que o ALMA, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, pode responder.
O ALMA é um telescópio gigante, formado por 66 antenas de alta precisão, que estão localizadas no planalto de Chajnantor, a 5000 metros de altitude, no norte do Chile. É o maior projeto astronômico do mundo, resultado de uma parceria internacional entre a Europa, os Estados Unidos, o Japão, o Canadá, Taiwan, a Coreia do Sul e o Chile.
O ALMA foi inaugurado em 2013, após mais de uma década de planejamento e construção. Desde então, ele vem revelando imagens impressionantes do cosmos, em uma faixa de frequência que vai do infravermelho ao rádio. Essa faixa permite detectar a radiação emitida por objetos muito frios ou muito distantes, que não podem ser vistos por outros telescópios.
O Chile foi escolhido como sede do ALMA por vários motivos. Um deles é que o país possui um dos céus mais limpos e secos do planeta, graças à sua geografia e ao seu clima. O deserto do Atacama, onde fica o ALMA, é um dos lugares mais áridos da Terra. Lá, quase não há nuvens, chuva ou poluição luminosa. Isso significa que há pouca interferência na observação astronômica.
Outro motivo é que o Chile tem uma longa tradição em astronomia e uma excelente infraestrutura científica. O país abriga vários outros observatórios importantes, como o La Silla e o Paranal, que são operados pelo Observatório Europeu do Sul (ESO). O Chile também tem uma forte colaboração com as instituições internacionais envolvidas no ALMA, e oferece benefícios legais e logísticos para o projeto.
O ALMA funciona como um interferômetro, ou seja, um conjunto de antenas que trabalham juntas para simular um único telescópio muito maior. Cada antena capta a radiação eletromagnética proveniente do espaço e a envia para um computador central, chamado correlator. O correlator combina os sinais das antenas e produz uma imagem de alta resolução do objeto observado.
As antenas do ALMA podem ser movidas por caminhões especiais, para mudar a configuração do interferômetro. Quanto mais distantes as antenas estão entre si, maior é a resolução da imagem. A distância máxima entre as antenas pode chegar a 16 quilômetros.
O ALMA também conta com um centro de operações e um centro de apoio técnico, que ficam em San Pedro de Atacama, a cerca de 50 quilômetros do observatório. Lá, os astrônomos controlam as observações e analisam os dados coletados pelas antenas.
Visitar o ALMA é uma experiência única, que permite conhecer de perto um dos maiores feitos da ciência e da tecnologia humanas. É também uma oportunidade de admirar a beleza do deserto do Atacama, um dos lugares mais fascinantes da Terra.
O ALMA é um convite à curiosidade, à imaginação e à admiração pelo universo. É um lugar onde podemos nos conectar com a natureza e com a nossa própria origem cósmica. É um lugar onde podemos sonhar com as maravilhas que ainda estão por descobrir.
-
Observatório Paranal, Chile
O Observatório Paranal é um conjunto de telescópios localizados no topo do Cerro Paranal, no deserto do Atacama, a 2635 metros acima do nível do mar. É mantido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), uma organização internacional que reúne 16 países membros e um parceiro estratégico, a Austrália. O ESO é responsável por construir e operar alguns dos mais avançados instrumentos ópticos e infravermelhos do mundo, que permitem aos astrônomos explorar os mistérios do cosmos.
O Observatório Paranal abriga quatro grandes telescópios, chamados de Very Large Telescope (VLT), cada um com um espelho primário de 8,2 metros de diâmetro. O VLT é o principal projeto do ESO e é considerado o mais versátil e poderoso telescópio óptico da atualidade. Ele pode observar objetos desde os planetas do Sistema Solar até as galáxias mais distantes, passando por estrelas, nebulosas, buracos negros e exoplanetas. Além disso, o VLT pode funcionar de forma integrada, combinando a luz dos quatro telescópios em um único instrumento chamado de interferômetro, que aumenta a resolução das imagens e permite ver detalhes muito mais finos.
Mas o VLT não está sozinho no Paranal. O observatório também conta com dois telescópios de rastreamento, que têm como objetivo mapear grandes áreas do céu com alta qualidade e rapidez. Um deles é o VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), que tem um espelho de 4,1 metros de diâmetro e é o maior telescópio de rastreamento infravermelho do mundo. O outro é o VST (VLT Survey Telescope), que tem um espelho de 2,6 metros de diâmetro e é o maior telescópio de rastreamento óptico do mundo. Esses telescópios fornecem dados valiosos para os astrônomos estudarem a estrutura e a evolução do universo.
O Observatório Paranal também é sede de dois projetos internacionais que buscam descobrir novos mundos fora do Sistema Solar. Um deles é o SPECULOOS (Search for habitable Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars), que usa quatro pequenos telescópios para observar estrelas muito frias e fracas, chamadas de anãs marrons ou estrelas ultra-frias, que podem abrigar planetas potencialmente habitáveis. O outro é o NGTS (Next-Generation Transit Survey), que usa 12 pequenos telescópios para detectar planetas em trânsito, ou seja, que passam na frente de suas estrelas hospedeiras, causando uma diminuição no brilho delas.
Por fim, o Observatório Paranal será o local onde será instalado o maior telescópio óptico do mundo: o ELT (Extremely Large Telescope), que terá um espelho primário de 39 metros de diâmetro e será capaz de revolucionar a astronomia nas próximas décadas. O ELT está em construção no Cerro Armazones, uma montanha vizinha ao Paranal, e deve entrar em operação em 2027.
Visitar o Observatório Paranal é uma experiência única e inesquecível para quem ama as estrelas. O observatório oferece visitas guiadas aos sábados e domingos, mediante reserva prévia pelo site do ESO. Durante a visita, é possível conhecer as instalações do observatório, os telescópios e a Residencia, um edifício que abriga os funcionários e os visitantes do Paranal. A Residencia tem uma arquitetura impressionante, que se integra à paisagem árida do deserto, e conta com um jardim interno, uma piscina, uma biblioteca e um restaurante. Além disso, a Residencia foi cenário do filme 007 – Quantum of Solace, de 2008.
Mas o que mais encanta os visitantes do Paranal é o espetáculo do céu noturno, que se revela em toda a sua beleza e majestade. Graças à altitude, à secura e à ausência de poluição luminosa, o Paranal oferece uma visão privilegiada das estrelas, das constelações, da Via Láctea e de outros objetos celestes. É possível ver a olho nu planetas como Júpiter, Saturno e Marte, e até mesmo galáxias como as Nuvens de Magalhães. Com um binóculo ou um telescópio portátil, é possível ver mais detalhes, como as luas de Júpiter, os anéis de Saturno, as crateras da Lua e os aglomerados estelares.
-
Observatório de Mauna Kea, Havaí
O Observatório de Mauna Kea é um conjunto de instalações de pesquisa astronômica localizadas no cume do vulcão Mauna Kea, na ilha do Havaí, Estados Unidos. O cume tem uma altitude de 4.205 metros acima do nível do mar, o que o torna o ponto mais alto do estado do Havaí e o segundo pico mais alto de uma ilha na Terra.
O Observatório de Mauna Kea foi criado em 1967 e está localizado em uma zona especial de uso da terra conhecida como o “Precinto de Astronomia”, que está dentro da Reserva Científica de Mauna Kea. O Precinto de Astronomia é protegido pela lei de preservação histórica por sua importância para a cultura havaiana, pois o cume do Mauna Kea é considerado sagrado pelos nativos havaianos.
O local é ideal para a observação astronômica por causa de seus céus escuros, sem poluição luminosa, boa visão astronômica, baixa umidade, posição acima da maior parte do vapor de água na atmosfera, ar limpo, bom clima e localização quase equatorial.
Os telescópios encontrados no cume do Mauna Kea são financiados por agências governamentais de várias nações. A própria Universidade do Havaí administra diretamente dois telescópios. No total, há doze instalações que abrigam treze telescópios 3 ou em torno do cume do Mauna Kea.
Visitar o Observatório de Mauna Kea é uma experiência única e inesquecível para quem ama viajar e se maravilhar com o universo. Você pode ver de perto alguns dos maiores e mais avançados telescópios do mundo, que exploram os mistérios do espaço e da ciência. Você também pode apreciar a beleza natural e cultural do Havaí, que se mistura com a tecnologia e a pesquisa de ponta.
Além disso, você pode ter a oportunidade de observar o céu noturno de uma forma incrível, com uma visão clara e nítida das estrelas, planetas, galáxias e outros objetos celestes. Você pode até mesmo ver a Via Láctea, a nossa galáxia, como uma faixa brilhante que atravessa o céu. É um espetáculo que vale a pena ver pelo menos uma vez na vida.
Por outro lado, você deve estar preparado para enfrentar alguns desafios e riscos ao visitar o Observatório de Mauna Kea. Por causa da altitude elevada, você pode sentir falta de ar, tontura, náusea, dor de cabeça e outros sintomas de mal de altitude. Você deve se aclimatar antes de subir ao cume, bebendo bastante água, evitando álcool e cafeína, e descansando bem. Você também deve usar roupas adequadas para o frio e o vento, pois as temperaturas podem cair abaixo de zero à noite. Você deve respeitar as regras e orientações do local, bem como a cultura e a religião dos nativos havaianos.
Para visitar o Observatório de Mauna Kea, você tem algumas opções. Você pode ir por conta própria, alugando um carro 4×4 e dirigindo até o cume. Você deve ter cuidado com a estrada de terra, que é íngreme e estreita em alguns trechos. Você também deve verificar as condições climáticas e do cume antes de ir, pois elas podem mudar rapidamente. Você pode encontrar mais informações no site oficial do Observatório.
Você também pode contratar um tour guiado, que oferece transporte, equipamento, guia experiente e até mesmo um piquenique ao pôr do sol. Você pode escolher entre diferentes empresas que oferecem esse serviço, como a Mauna Kea Summit Adventures, a Hawaii Forest and Trail ou a Arnott’s Lodge and Hiking Adventures. Você deve fazer sua reserva com antecedência, pois os tours são limitados e populares.
Outra opção é visitar apenas o Centro de Visitantes do Observatório de Mauna Kea, que fica na altitude de 2.800 metros. Lá você pode aprender mais sobre o observatório, a astronomia e a cultura havaiana. Você também pode participar de sessões gratuitas de observação do céu com telescópios portáteis, oferecidas pelos voluntários do centro. O centro está aberto todos os dias das 9h às 22h. Você pode chegar lá com qualquer tipo de carro.
-
Observatório Palomar, Califórnia
Se você é um apaixonado pelo espaço e pela ciência, você não pode deixar de visitar o Observatório Palomar, um dos mais importantes e famosos observatórios astronômicos do mundo.
O Observatório Palomar está localizado a nordeste de San Diego, na Califórnia, no topo da Montanha Palomar, a uma altitude de 1.712 metros. Ele é administrado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), uma das mais prestigiadas universidades de pesquisa do mundo. O observatório conta com vários telescópios, mas o mais impressionante é o Telescópio Hale de 200 polegadas (5,1 metros), que foi o maior e mais poderoso do mundo por quase meio século.
O Telescópio Hale foi inaugurado em 1948, depois de mais de 20 anos de planejamento e construção. Ele foi batizado em homenagem a George Ellery Hale, um renomado astrônomo e visionário que idealizou e liderou o projeto. O espelho do telescópio é feito de Pyrex, um tipo de vidro resistente ao calor, e pesa 14,5 toneladas. Ele é capaz de captar a luz de objetos muito distantes e fracos, como nebulosas, estrelas e galáxias.
Com o Telescópio Hale, os astrônomos fizeram descobertas incríveis, como a existência de quasares, buracos negros supermassivos, anéis planetários e planetas fora do sistema solar. O telescópio também foi usado para estudar a expansão do universo, a estrutura das galáxias e a evolução das estrelas. Além disso, ele foi palco de visitas ilustres, como as dos presidentes dos Estados Unidos John F. Kennedy e Ronald Reagan, e do físico Albert Einstein.
O Observatório Palomar não é apenas um lugar para os cientistas. Ele também é aberto ao público em geral, que pode fazer tours guiados pelo local e conhecer mais sobre a história e o funcionamento dos telescópios. O observatório também tem um museu interativo, onde os visitantes podem aprender sobre os princípios da astronomia e ver exposições sobre as pesquisas realizadas ali. E claro, não podemos esquecer da vista espetacular do céu noturno, que é um espetáculo à parte.
Se você também quer viver essa aventura, não perca tempo e planeje sua visita ao Observatório Palomar. Você vai se surpreender com o que vai ver e aprender lá. O Observatório Palomar é uma janela para o universo, e você está convidado a olhar por ela.