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Se você é um apaixonado por carros, aventura, velocidade e adrenalina, provavelmente já sonhou em assistir a uma corrida de Formula 1 ao vivo. A Formula 1 é a categoria mais prestigiada do automobilismo mundial, que reúne os melhores pilotos, equipes e circuitos do planeta. É um espetáculo de tecnologia, estratégia e emoção, que atrai milhões de fãs em todo o mundo.
Mas como escolher o melhor destino para realizar esse sonho? Existem muitas opções de países e cidades que sediam as etapas do campeonato, cada uma com suas características e atrativos.
Primeiro, você precisa decidir qual corrida você quer assistir. O calendário da Formula 1 muda a cada ano, mas geralmente conta com cerca de 20 provas, distribuídas por todos os continentes. Algumas são clássicas e históricas, como o GP de Mônaco, o GP da Itália ou o GP do Brasil. Outras são mais modernas e exóticas, como o GP de Abu Dhabi, o GP da China ou o GP do Bahrein.
Cada corrida tem seu charme e sua dificuldade, tanto para os pilotos quanto para os espectadores. Por exemplo, o GP de Mônaco é famoso por ser disputado nas ruas estreitas e sinuosas do principado, o que torna a corrida muito desafiadora e imprevisível. Por outro lado, o GP de Abu Dhabi é realizado em um circuito futurista, que conta com um hotel de luxo dentro da pista e uma iluminação especial para a corrida noturna.
A seguir vamos falar sobre alguns dos autódromos mais lendários do mundo, que já foram palco de corridas emocionantes, ultrapassagens históricas e momentos inesquecíveis. Prepare-se para viajar pelo mundo da velocidade e conhecer um pouco mais sobre esses circuitos que fazem parte da história do esporte.
1. Autódromo de Monza, Itália
O Autódromo de Monza foi inaugurado em 1922, sendo um dos mais antigos e tradicionais circuitos de corrida do mundo. Ele é famoso por receber o Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1 quase todos os anos desde então, com exceção de 1980, quando estava em reforma. O circuito é conhecido como o Templo da Velocidade, pois é o mais rápido da Europa, graças às suas longas retas que permitem aos pilotos atingirem velocidades superiores a 350 km/h.
O traçado atual do Autódromo de Monza tem 5,793 km de extensão e 11 curvas. Algumas delas são famosas pela sua dificuldade e importância, como as chicanes Prima Variante e Variante della Roggia, as curvas di Lesmo e a Variante Ascari. A volta mais rápida registrada no circuito foi de 1:18.88, feita pelo piloto Lewis Hamilton em 2020.
Mas o Autódromo de Monza não é apenas um lugar para assistir às corridas de Fórmula 1. Ele também oferece outras atrações e experiências para os visitantes, como o Monza Karting, uma pista de kart semi-permanente ideal para adultos e crianças se divertirem, o Monza Circuit Experience, uma oportunidade de conhecer os lugares lendários do circuito e seus segredos, e o Museu do Automóvel, que conta a história do automobilismo italiano e mundial através de uma coleção de carros antigos e modernos.
Além disso, o Autódromo de Monza está localizado próximo à cidade de Monza, na região da Lombardia, ao norte de Milão. Isso significa que você pode aproveitar a sua viagem para conhecer outras belezas e atrações da Itália, como o Parque de Monza, o maior parque murado da Europa, a Catedral de Monza, uma obra-prima da arte gótica italiana, e a cidade de Milão, um dos principais centros culturais, artísticos e econômicos do país.
2. Autódromo de Spa-Francorchamps, Bélgica
O Circuito de Spa-Francorchamps foi idealizado em 1921 por Jules de Their e Henri Langlois Van Ophem, que usaram estradas públicas que passavam pelas colinas Ardennes, entre as vilas de Francorchamps, Stavelot e Malmedy. A pista tinha uma forma triangular e estendia-se por cerca de 15 km. Essa versão do circuito era muito rápida e exigente, o que obrigava a uma pilotagem mais rigorosa do que em outras pistas. Foi nesse traçado que se realizou o primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1 na Bélgica, em 1950.
Ao longo dos anos, o circuito foi sofrendo várias modificações, tanto por questões de segurança como de modernização. Uma das mudanças mais significativas foi a remoção do trecho Douane Ancienne, que deu origem ao famoso conjunto de curvas Raidillon e Eau Rouge, considerado um dos mais desafiadores e espetaculares do mundo. Outra mudança importante foi a redução do comprimento da pista para cerca de 7 km, em 1979, eliminando algumas curvas perigosas como Masta e Stavelot. Desde então, o circuito passou por outras alterações menores, mas manteve o seu caráter original de alta velocidade e variação de altitude.
O Circuito de Spa-Francorchamps é palco de algumas das mais importantes e tradicionais corridas do automobilismo, como o Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1, as 24 Horas de Spa (uma prova de resistência para carros GT) e as 6 Horas de Spa (uma etapa do Campeonato Mundial de Endurance). Além disso, já recebeu outras categorias como MotoGP, World Rallycross, DTM e World Superbike.
A pista é conhecida por ser imprevisível e desafiadora, tanto para os pilotos como para os engenheiros, pois combina trechos de alta e baixa velocidade, curvas fechadas e abertas, subidas e descidas acentuadas e mudanças climáticas repentinas. Não é à toa que muitos pilotos consideram Spa como o seu circuito favorito.
Mas não é só de corridas que vive o Circuito de Spa-Francorchamps. O local também oferece diversas atrações para os visitantes, como um museu dedicado à história do automobilismo na região, um centro de experiências onde é possível pilotar carros esportivos ou simuladores, um parque natural com trilhas e atividades ao ar livre e uma variedade de hotéis, restaurantes e lojas nas proximidades. Além disso, a região da Valônia, onde se situa o circuito, é rica em cultura, história e natureza, com cidades como Liège, Namur e Dinant.
Se você ficou interessado em conhecer o Circuito de Spa-Francorchamps, saiba que existem várias formas de chegar até lá. Você pode ir de carro, trem ou ônibus a partir das principais cidades belgas ou dos países vizinhos. Você também pode voar até os aeroportos de Bruxelas ou Liège e alugar um carro ou pegar um transporte público até o circuito. O ideal é planejar a sua viagem com antecedência, especialmente se você quiser assistir a alguma corrida, pois os ingressos costumam se esgotar rapidamente.
3. Autódromo de Interlagos, Brasil
O Autódromo de Interlagos foi inaugurado em 1940, e desde então recebeu grandes eventos esportivos e culturais, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, as 6 Horas de São Paulo do WEC, as Mil Milhas Brasil e o festival Só Track Boa. O nome oficial do autódromo é Autódromo José Carlos Pace, em homenagem ao piloto brasileiro que venceu o GP do Brasil de 1975 no circuito.
O traçado atual do autódromo tem 4,309 km de extensão e 15 curvas, sendo algumas delas muito famosas e desafiadoras, como o S do Senna, a Curva do Sol, a Descida do Lago e a Junção. O circuito é considerado um dos mais técnicos e exigentes do mundo, pois combina trechos de alta velocidade com curvas fechadas e mudanças de elevação. Além disso, o sentido anti-horário do circuito aumenta a dificuldade para os pilotos e os carros.
O autódromo também é palco de momentos memoráveis da história do automobilismo, como as vitórias de Ayrton Senna em 1991 e 1993, a ultrapassagem de Lewis Hamilton sobre Timo Glock na última curva em 2008, que lhe garantiu o título mundial, e o acidente de Romain Grosjean em 2020, que escapou ileso de um incêndio após bater no guard-rail.
Mas o autódromo não é apenas um lugar para assistir às corridas. Você também pode visitar o museu do autódromo, que conta com uma exposição permanente de carros antigos e modernos, troféus, capacetes e outros objetos relacionados ao automobilismo. Você também pode fazer um tour guiado pelo autódromo, que inclui uma volta pelo circuito em um ônibus especial. E se você quiser sentir a emoção de pilotar um carro de corrida, você pode alugar um kart no kartódromo que fica dentro do complexo.
4. Autódromo de Silverstone, Inglaterra
O Autódromo de Silverstone fica na região das East Midlands, na Inglaterra, entre as pequenas vilas de Silverstone e Whittlebury. O local era um aeródromo inativo depois da Segunda Guerra Mundial, e as pistas de aterrizagem começaram a ser usadas para corridas em 1947. As três pistas de despegue, traçadas no formato triangular da época, ainda podem ser vistas dentro do circuito.
Silverstone é um dos circuitos mais prestigiosos da Europa, pois recebe anualmente o Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Fórmula 1 e de MotoGP, além de outras provas internacionais como o Campeonato Mundial de Resistência, o BTCC e o WRX. O circuito foi inaugurado em 1948, e no ano seguinte sediou o primeiro campeonato mundial de Fórmula 1 oficial da história. A edição de 1950 foi o primeiro Grande Prêmio pontuável para o campeonato de Fórmula 1.
Desde então, Silverstone foi um circuito constante na história da Fórmula 1, tendo sido palco de momentos memoráveis como a primeira vitória de Ayrton Senna em 1988, o recorde de pole positions de Lewis Hamilton em 2017 e a vitória com pneu furado de Max Verstappen em 2020. O circuito alternou com outros circuitos britânicos como Aintree e Brands Hatch entre os anos 1955 e 1986, mas se tornou permanente no calendário desde 1987.
O circuito também é famoso por receber o Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Motociclismo do Campeonato Mundial de Motociclismo, que se correu lá entre 1977 e 1986, e depois a partir de 2010. Nomes como Valentino Rossi, Marc Márquez e Jorge Lorenzo já brilharam nas curvas de Silverstone.
Além disso, Silverstone é sede dos 1000 km de Silverstone, uma corrida tradicional de protótipos que pertenceu ao Campeonato Mundial de Resistência nas décadas de 1970 e 1980, a Le Mans Series na década de 2000, e o Campeonato Mundial de Resistência novamente a partir de 2010. Nessa prova, equipes como Audi, Porsche e Toyota disputam a glória nas pistas.
O circuito tem um traçado perimetral, com 18 curvas de alta velocidade e uma extensão de 5,901 km. A volta mais rápida registrada na Fórmula 1 foi de 1:27.09, feita por Max Verstappen em 2020. O circuito tem uma capacidade para 150 mil espectadores, que podem acompanhar as corridas em diversos pontos estratégicos como a reta dos boxes, a curva Copse, a chicane Maggots-Becketts-Chapel e a curva Stowe.
Se você ficou com vontade de conhecer esse circuito incrível, saiba que ele também oferece experiências de pilotagem para os visitantes. Você pode dar uma volta no circuito em um dos supercarros mais excitantes do mundo, como Ferrari, Lamborghini ou Aston Martin. Ou então, você pode fazer um tour guiado pelo circuito e conhecer os bastidores das corridas, como os boxes, o pódio e o museu.
5. Autódromo de Suzuka, Japão
O Autódromo de Suzuka foi projetado em 1962 pelo holandês John Hugenholtz, a pedido de Soichiro Honda, o fundador da Honda. O objetivo era criar uma pista de testes para a companhia, que na época estava entrando no mercado automotivo. Hugenholtz teve a ideia de fazer um traçado em forma de número 8, com uma ponte e um túnel que permitiam que a pista se cruzasse. Assim, ele aproveitou melhor o espaço disponível e criou um circuito com vários tipos de curvas e retas.
O Autódromo de Suzuka foi inaugurado em 1962 e logo se tornou um dos principais centros de desenvolvimento da Honda. Além disso, ele começou a receber eventos esportivos, como corridas de motos, carros esportivos e protótipos. Em 1966, ele sediou a primeira edição das 10 Horas de Suzuka, uma prova de resistência que ainda acontece até hoje.
O Autódromo de Suzuka entrou para o calendário da Fórmula 1 em 1987, substituindo o circuito de Fuji como sede do Grande Prêmio do Japão. Desde então, ele se tornou um dos circuitos mais queridos pelos pilotos e pelos fãs da categoria, por ser um dos mais técnicos e exigentes do mundo. O circuito tem 5,8 km de extensão e 18 curvas, sendo algumas delas muito famosas, como a Esses, a Degner, a Spoon e a 130R.
O Autódromo de Suzuka também foi palco de muitas decisões de campeonatos da Fórmula 1. Entre 1987 e 2006, ele recebeu 12 provas que definiram os títulos dos pilotos. Algumas delas foram marcadas por duelos históricos, como os confrontos entre Ayrton Senna e Alain Prost em 1989 e 1990, ou entre Michael Schumacher e Mika Hakkinen em 1998 e 2000. Outras foram marcadas por surpresas, como a vitória de Damon Hill em 19964, ou a ultrapassagem de Sebastian Vettel sobre Fernando Alonso em 2011.
Em 2007 e 2008, o Autódromo de Suzuka deixou temporariamente o calendário da Fórmula 1 para dar lugar ao circuito de Fuji novamente. No entanto, ele voltou em 2009 e desde então permanece como a casa do Grande Prêmio do Japão. A última edição da prova foi realizada em 2019, com vitória de Valtteri Bottas.
6. Autódromo de Mônaco, Mônaco
O Circuito de Mônaco é um circuito de rua na cidade de Monte Carlo, no Principado de Mônaco, mais conhecido por sediar anualmente o Grande Prêmio de Mônaco de Fórmula 1. A ideia de um Grand Prix nas ruas inclinadas do Mônaco partiu de Anthony Noghes, presidente do Automóvel Clube Monegasco e amigo pessoal da Família Grimaldi. A corrida inaugural teve lugar em 1929 e foi ganha por William Grover-Williams da Bugatti.
O circuito é muito estreito, tem curvas apertadas e muitas mudanças de nível o que o torna provavelmente o circuito mais difícil do Campeonato de Fórmula 1. Tem a curva mais lenta em F1 (a curva do Grand Hotel que deve ser feita a 50 km/h, e que também é a mais apertada da Formula 1) e uma das mais rápidas (a secção plana no túnel que é feita a 260 km/h) que melhor ilustram a sua dificuldade.
As características apertadas e ziguezagueantes do circuito requerem a habilidade dos pilotos no que diz respeito à velocidade dos carros. Uma vez que as oportunidades de ultrapassagem são quase inexistentes durante a corrida, o resultado do Grande Prêmio depende muito da posição na tabela obtida durante a qualificação e a estratégia de paragem aplicada.
Além da corrida, o Circuito de Mônaco também oferece outras atrações para os visitantes. O circuito passa por alguns dos pontos turísticos mais famosos da cidade, como o Cassino de Monte Carlo, o Hotel Fairmont e o Palácio do Príncipe. É possível caminhar pelo traçado do circuito quando não há eventos esportivos e admirar a beleza e o glamour de Monte Carlo. Também é possível visitar o Museu do Automóvel do Príncipe, que exibe uma coleção de mais de 100 carros históricos e raros, incluindo alguns que participaram do GP de Mônaco.
7. Autódromo de Nürburgring, Alemanha
O Nürburgring foi inaugurado em 1927, com um traçado original de 28,265 km de extensão, que combinava duas pistas: a Nordschleife (Anel Norte) e a Südschleife (Anel Sul). Essa pista gigantesca sediou o Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1 até 1976, quando um grave acidente com o piloto austríaco Niki Lauda quase lhe custou a vida. Depois disso, o circuito foi considerado muito perigoso e longo para a F1, e passou a receber apenas corridas de endurance, como as famosas 24 Horas de Nürburgring.
Em 1984, foi construído um novo traçado de 4,556 km de extensão, chamado de GP-Strecke (Pista do GP), que foi usado pela F1 até 2001. Em 2002, o traçado foi ampliado para 5,148 km, e continua sendo usado até hoje para corridas de F1 e outras categorias. O GP-Strecke é uma pista moderna e segura, mas sem perder o charme e a emoção do Nürburgring.
Mas o que faz do Nürburgring um autódromo tão especial é a sua Nordschleife, a pista original de 20,81 km e mais de 140 curvas, que é considerada o Inferno Verde pelos pilotos e fãs. A Nordschleife é uma pista única no mundo, que mistura asfalto e concreto, subidas e descidas, curvas cegas e retas longas. É uma pista que exige muita habilidade, coragem e concentração dos pilotos, que precisam memorizar cada metro do traçado.
A Nordschleife é também um lugar onde carros viram lendas. Muitas montadoras usam a pista para testar e desenvolver seus modelos esportivos, e divulgam os tempos de volta como uma forma de mostrar o desempenho dos seus veículos. O recorde atual da pista é de 5:19.54 minutos, estabelecido em 2018 pelo piloto alemão Timo Bernhard com um Porsche 919 Hybrid.
E o melhor de tudo é que você pode ter a chance de pilotar na Nordschleife! A pista está aberta ao público em alguns dias do ano, chamados de Track Days. Você pode usar o seu próprio carro ou alugar um no autódromo. Mas cuidado: a pista é muito perigosa e não perdoa erros. Mais de 60 pessoas já morreram na Nordschleife desde a sua inauguração.