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Você já imaginou encontrar uma estátua de um urso rosa gigante, uma mulher grávida sem pele ou um cavalo esquelético com um cavaleiro sem cabeça? Pois é, essas são apenas algumas das obras de arte que chamam a atenção dos viajantes mais curiosos e aventureiros.
Para você ter uma ideia, existem diversas estátuas peculiares espalhadas pelo mundo, como é o caso do Canadá, onde há uma estátua de um homem nu com asas de anjo, chamado Icarus. Ela foi criada pelo artista canadense David Robinson e está localizada no Vancouver Convention Centre, em Vancouver. A estátua mede 6 metros de altura e pesa 2 toneladas. Ela mostra o homem caindo do céu, após ter voado muito alto com suas asas de cera. A estátua simboliza a ambição e a queda do homem, segundo o artista.
No México, há uma estátua de um bebê gigante com cara de adulto, chamado Baby Blue. Ela foi criada pelo artista mexicano Sebastián e está localizada na entrada do Parque Fundidora, em Monterrey. A estátua mede 12 metros de altura e pesa 8 toneladas. Ela mostra o bebê sentado no chão, olhando para o horizonte. A estátua representa o futuro e a esperança do país, segundo o artista.
Essas são apenas algumas das muitas das estátuas mais peculiares que podemos encontrar pelo mundo. Elas nos mostram que a arte pode ser criativa, divertida, provocativa e inspiradora, e pensando nisso, separamos 4 para você dar uma olhada e conhecer o motivo por trás da arte.
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Cabeças da Ilha de Páscoa – Ilha de Páscoa, Chile
Essa ilha, localizada no sul do Oceano Pacífico, é famosa por suas enormes estátuas de pedra, chamadas de moais, que representam os antepassados dos habitantes locais, os rapanui. Mas você sabe como essas estátuas foram feitas, transportadas e colocadas em seus lugares? E o que elas significam para a cultura e a história da ilha? Vamos descobrir juntos!
A Ilha de Páscoa é um dos lugares habitados mais isolados do planeta. Ela fica a cerca de 3.700 km do Chile, o país ao qual pertence, e a 2.000 km da ilha habitada mais próxima, Pitcairn. Ela foi descoberta pelo explorador holandês Jacob Roggeveen em 1722, no domingo de Páscoa, daí o seu nome. Mas antes disso, ela já era habitada pelos rapanui, um povo polinésio que chegou à ilha por volta do século XII.
Os rapanui desenvolveram uma cultura única e complexa, baseada na veneração dos seus ancestrais e na construção dos moais. Essas estátuas gigantescas foram esculpidas a partir de pedras vulcânicas extraídas do vulcão Rano Raraku, que fica no centro da ilha. Lá, você pode ver centenas de moais em diferentes estágios de acabamento, alguns ainda presos à rocha-mãe.
Mas como os rapanui conseguiram transportar essas pedras pesadas até os locais onde elas foram erguidas? Esse é um dos grandes mistérios da ilha, que ainda não tem uma resposta definitiva. Uma das teorias mais aceitas é que eles usaram troncos de árvores como rolos ou alavancas para mover os moais sobre a superfície plana da ilha. Outra teoria é que eles usaram cordas para fazer os moais “caminharem” verticalmente, balançando-os de um lado para o outro.
Os moais foram colocados sobre plataformas de pedra chamadas de ahu, que serviam como altares ou monumentos funerários. A maioria dos moais fica de costas para o mar, olhando para o interior da ilha, onde ficavam as aldeias. Isso sugere que eles tinham uma função protetora e simbólica, representando os espíritos dos antepassados que cuidavam dos vivos. Alguns moais também têm chapéus vermelhos chamados de pukao, que podem simbolizar um tipo de penteado ou um símbolo de status.
Existem mais de 800 moais na ilha, mas nem todos são iguais. Eles podem ser divididos em três categorias: os que têm olhos e pálpebras entalhados, os que têm desenhos e inscrições na língua rongorongo (que ainda não foi decifrada), e os que têm pernas e parecem estar sentados ou ajoelhados. Esses últimos são chamados de tukuturi, e se assemelham mais à arte pré-incaica.
Os moais são impressionantes não só pelo seu tamanho e peso, mas também pela sua expressividade e beleza. Eles revelam a habilidade e a criatividade dos rapanui, que conseguiram criar obras-primas com recursos limitados em um ambiente hostil. Infelizmente, essa cultura entrou em declínio por causa de guerras internas, doenças trazidas pelos europeus e exploração colonial. Muitos moais foram derrubados ou danificados nesse processo.
Hoje, a Ilha de Páscoa é um Patrimônio Mundial da UNESCO e um destino turístico muito procurado por quem quer conhecer os seus mistérios e encantos. Além dos moais, a ilha também oferece belas paisagens naturais, como praias, vulcões e cavernas. E também há a oportunidade de conhecer a cultura rapanui atual, que ainda preserva algumas tradições ancestrais, como a música, a dança e o artesanato
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A Mão do Deserto – Atacama, Chile
Você já ouviu falar dela? Se não, prepare-se para se surpreender com essa obra de arte impressionante.
A Mão do Deserto é uma escultura gigante de uma mão que emerge da areia no meio do deserto de Atacama, no Chile. Ela foi criada pelo artista chileno Mario Irarrázabal em 1992, como uma forma de expressar a solidão, a vulnerabilidade e a injustiça que ele sentia naquele lugar. A escultura mede 11 metros de altura e pesa cerca de 75 toneladas. Ela está localizada a cerca de 75 km ao sul da cidade de Antofagasta, na Rota 5, que é a principal rodovia do país.
A Mão do Deserto é uma atração turística muito popular, especialmente para os amantes da fotografia. Ela oferece um contraste incrível entre o céu azul, a areia dourada e a forma humana. Muitos visitantes aproveitam para tirar fotos criativas com a mão, como se estivessem interagindo com ela ou sendo esmagados por ela. Alguns até levam objetos para colocar nos dedos da mão, como anéis, luvas ou chapéus.
Se você quiser conhecer essa maravilha do deserto, você pode alugar um carro em Antofagasta e seguir pela Rota 5 até encontrar a placa que indica a entrada para a escultura. O acesso é gratuito e não há infraestrutura no local, por isso é recomendável levar água, protetor solar e chapéu. Você também pode contratar um tour guiado que inclui o transporte e outras atrações na região, como o Observatório Paranal e o Monumento Natural La Portada.
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O Touro – Nova York, EUA
O Touro de Wall Street, ou Charging Bull, como é chamado em inglês, é uma escultura de bronze que representa um touro em posição de ataque, com os chifres apontados para cima e as patas dianteiras levantadas. Ele mede 3,4 metros de altura, 4,9 metros de comprimento e pesa 3,5 toneladas. Ele está localizado no Bowling Green Park, no distrito financeiro de Manhattan, perto da famosa Wall Street, onde fica a Bolsa de Valores de Nova York.
A escultura foi criada pelo artista italiano Arturo di Modica, que a instalou clandestinamente em frente ao prédio da Bolsa de Valores em dezembro de 1989, como uma forma de arte de guerrilha. Ele queria presentear a cidade com um símbolo de força e poder do povo americano, após o crash da bolsa de 1987, conhecido como a “segunda-feira negra”. Ele gastou suas economias, 360 mil dólares, na obra, que foi feita sem autorização ou patrocínio.
No entanto, a escultura foi apreendida pela polícia de Nova York e levada a um depósito. O protesto público que se seguiu fez com que o Departamento de Parques e Recreação da cidade a reinstalasse em um novo local, no Bowling Green Park, com uma cerimônia em 21 de dezembro de 1989. Desde então, o Touro de Wall Street se tornou uma atração turística da cidade e um ícone do mercado financeiro e do capitalismo americano.
O Touro de Wall Street simboliza um mercado financeiro pujante (bull market), em contraste com um mercado financeiro em queda (bear market). A expressão bull market vem da forma como o touro ataca seus adversários, com os chifres para cima. Já a expressão bear market vem da forma como o urso ataca seus adversários, com as patas para baixo. Assim, o touro representa otimismo, confiança e prosperidade nos negócios.
Mas o Touro de Wall Street também tem sido alvo de críticas e protestos por parte de grupos anticapitalistas e ativistas sociais. Os manifestantes do Occupy Wall Street usaram o touro como figura simbólica para criticar a ganância corporativa e a desigualdade econômica. Eles também compararam o touro ao bezerro de ouro adorado pelos israelitas durante seu Êxodo do Egito, como uma forma de idolatria ao dinheiro.
Em 2017, uma nova escultura foi instalada em frente ao touro: a Fearless Girl (Menina Destemida), uma menina em pose de desafio que olha nos olhos do touro. A escultura foi idealizada por Kristen Visbal e encomendada pela empresa financeira State Street Global Advisors (SSGA) como forma de chamar atenção para a desigualdade de gênero no mercado financeiro. A escultura foi bem recebida pelo público, mas criticada pelo criador do touro, que a considerou uma violação dos seus direitos autorais e uma distorção do seu significado original.
O Touro de Wall Street é uma estátua que desperta muitas emoções e opiniões diferentes. Alguns o veem como um símbolo de esperança e coragem, outros como um símbolo de opressão e injustiça. Mas uma coisa é certa: ele é uma obra de arte impressionante e uma parte importante da história e da cultura de Nova York.
Se você quiser conhecer o Touro de Wall Street pessoalmente, não deixe de visitar o Bowling Green Park quando estiver na cidade. Mas prepare-se para enfrentar uma fila e uma multidão de turistas que querem tirar fotos com ele. E não se esqueça da lenda popular que diz que esfregar as partes íntimas do touro traz sorte e dinheiro na vida. Será que funciona? Só há uma maneira de descobrir!
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Homem pendurado – Praga, República Tcheca
O homem pendurado é uma criação do artista tcheco David Cerny, conhecido por suas obras provocativas e controversas. Ele instalou a estátua em 1996, no topo de um prédio na rua Husova, no centro histórico de Praga. A estátua mostra Freud pendurado pelos pés, segurando uma mão na barra de ferro e a outra no bolso do casaco. Ele parece calmo e sereno, como se estivesse em uma posição de suspensão por escolha própria.
A intenção de Cerny era chamar a atenção das pessoas para o intelectualismo no século XX e a incerteza disso. Freud foi um dos pensadores mais influentes da época, mas também enfrentou muitos desafios e crises existenciais. A estátua representa a angústia e o dilema de Freud, que tinha medo de morrer, mas também tinha medo de viver. Ele estava sempre à beira do abismo, questionando sua própria existência e o sentido da vida.
A estátua é tão realista que muitas pessoas pensam que é de verdade, e algumas até já ligaram para a polícia, pedindo socorro. Mas não se preocupe, o homem pendurado não vai cair nem se machucar. Ele está bem preso e seguro, assim como Freud estava em sua mente brilhante.
Se você for a Praga, não deixe de visitar essa obra de arte única e intrigante. Ela vai te fazer refletir sobre a vida, a morte e o destino. E se você quiser conhecer outras obras de Cerny pela cidade, recomendo o busto de Franz Kafka e os bebês, na ilha de Kampa. Eles são igualmente surpreendentes e divertidos.