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Como você sabe, a Itália é um país repleto de história, arte e cultura, e isso se reflete em suas magníficas construções religiosas. São milhares de igrejas espalhadas por todo o território italiano, cada uma com sua própria beleza e singularidade. Mas quais são as mais impressionantes? Quais são as que você não pode deixar de visitar em sua próxima viagem à Itália? Eu selecionei seis das mais belas igrejas da Itália que, na minha opinião, são as mais bonitas e representativas da arquitetura italiana. Vamos conhecê-las?
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Catedral de Santa Maria Nascente, Milão
A Catedral de Santa Maria Nascente é a sede da Arquidiocese de Milão, a maior cidade da região da Lombardia, no norte da Itália. Ela foi construída no local onde antes havia uma basílica dedicada a Santa Tecla, que foi destruída por um incêndio em 1075. Em 1386, o arcebispo Antonio da Saluzzo iniciou a construção da nova catedral, com o apoio do seu primo Gian Galeazzo Visconti, que era o senhor de Milão na época. O projeto original era de Simone da Orsenigo, mas ao longo dos anos muitos outros arquitetos e artistas contribuíram para a obra, que só foi finalizada em 1965.
A Catedral de Santa Maria Nascente é uma das maiores e mais impressionantes do mundo. Ela tem 158 metros de comprimento, 92 metros de largura e 108 metros de altura. Ela pode abrigar até 40 mil pessoas em seu interior, que é decorado com mais de 3 mil estátuas, vitrais, afrescos e mosaicos. A fachada principal é voltada para o oeste e tem cinco portais com cenas bíblicas esculpidas em mármore. O destaque é a estátua dourada da Madonnina, que representa a Virgem Maria e fica no topo da maior torre. Ela tem 4 metros de altura e foi colocada em 1774.
Uma das atrações mais populares da Catedral de Santa Maria Nascente é o seu terraço, que pode ser acessado por escadas ou elevadores. Lá de cima, é possível admirar as 135 agulhas que adornam o telhado e as mais de 2 mil estátuas que representam santos, anjos e monstros. Também é possível ter uma vista panorâmica da cidade de Milão e dos Alpes ao fundo, em dias claros. O terraço fica aberto até as 22 horas no verão e oferece um espetáculo de luzes à noite3
A Catedral de Santa Maria Nascente é um símbolo de Milão e da fé católica. Ela guarda relíquias importantes, como um prego da cruz de Cristo e o corpo de Santo Ambrósio, o padroeiro da cidade. Ela também testemunhou eventos históricos, como a coroação de Napoleão Bonaparte como rei da Itália em 1805 e a visita do Papa João Paulo II em 1983. Ela recebe milhões de visitantes todos os anos, que se encantam com a sua beleza e magnificência.
Eu tive a oportunidade de conhecer essa maravilha arquitetônica quando estive em Milão há alguns anos. Foi uma experiência inesquecível, que me fez sentir pequeno diante da grandiosidade dessa obra humana. Eu recomendo a todos que visitem a Catedral de Santa Maria Nascente pelo menos uma vez na vida. É uma viagem no tempo e na arte, que vale cada centavo e cada minuto.
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Basílica de San Marco, Veneza
A Basílica de San Marco é a principal igreja da cidade de Veneza, situada na famosa Praça de São Marcos. Ela foi construída no século IX para abrigar as relíquias do apóstolo São Marcos, trazidas do Egito por dois mercadores venezianos. Desde então, ela passou por diversas ampliações e reformas, que resultaram em um estilo único e impressionante, chamado de bizantino-veneziano.
A fachada da basílica é decorada com mosaicos dourados, estátuas, colunas e arcos que remetem à influência oriental da cidade. No alto, cinco cúpulas em forma de cebola se destacam no horizonte. A entrada principal é adornada com quatro cavalos de bronze, que foram saqueados de Constantinopla durante a Quarta Cruzada.
O interior da basílica é ainda mais deslumbrante, com mais de 8 mil metros quadrados de mosaicos que cobrem as paredes, os tetos e os pisos. As cenas retratam episódios da vida de Cristo, da Virgem Maria e de São Marcos, além de símbolos e figuras religiosas. Os mosaicos são feitos com pedras preciosas e vidros coloridos, que refletem a luz e criam um efeito luminoso.
A basílica também abriga um tesouro de arte sacra, que inclui relíquias, cálices, cruzes, ícones e joias. Uma das peças mais famosas é o Pala d’Oro, um retábulo de ouro e esmalte que fica atrás do altar principal. Ele foi encomendado pelo doge Ordelaffo Falier em 1105 e é considerado uma das obras-primas da ourivesaria medieval.
A Basílica de San Marco é um lugar que vale a pena visitar pelo menos uma vez na vida. Ela é um testemunho da riqueza, da cultura e da fé de Veneza ao longo dos séculos. Se você quiser saber mais sobre essa igreja maravilhosa, você pode acessar o site oficial ou fazer uma visita virtual.
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Catedral de Siena, Toscana
A Catedral de Siena foi construída entre 1215 e 1263, no local de uma antiga igreja. Ela tem a forma de uma cruz latina, com uma cúpula e uma torre de sinos. O exterior e o interior são feitos de mármore preto e branco, as cores simbólicas de Siena, que representam os lendários cavalos dos fundadores da cidade, Senius e Aschius. A fachada é uma obra-prima do estilo gótico, com esculturas de profetas, filósofos e apóstolos, além de uma bela rosácea de vitral. A porta central de bronze foi criada por Enrico Manfrini em 1958. No canto esquerdo da fachada há uma inscrição do século XIV, que marca o túmulo de Giovanni Pisano, o arquiteto responsável pela parte inferior da fachada. Ao lado está uma coluna com a loba amamentando Rômulo e Remo, símbolos de Siena e da origem lendária da cidade.
O interior da Catedral é um tesouro de arte e beleza. As colunas da nave são esculpidas com bustos e animais alegóricos. Há bustos de 172 papas e 36 imperadores, que mostram a importância histórica e religiosa de Siena. O vitral redondo do coro, que representa a Última Ceia, foi feito em 1288 por Duccio, um dos maiores pintores da escola sienesa. É um dos mais antigos exemplos de vitrais da Itália. A cúpula é adornada com uma lanterna dourada, que simboliza o sol. As duas fontes foram construídas por Antonio Federighi em 1462 e 1463.
Um dos grandes destaques da Catedral é o piso, que é formado por 55 painéis esculpidos em mármore, com uma técnica de grafite que dá aos desenhos uma perfeição incrível. Os painéis retratam cenas bíblicas, históricas e mitológicas, como a criação do homem, o sacrifício de Isaac, o julgamento de Salomão, o triunfo da morte e o massacre dos inocentes. Durante parte do ano o chão fica forrado, para proteger as obras de arte, mas se você der sorte poderá apreciá-lo em toda a sua glória.
A Catedral também abriga obras-primas de alguns dos maiores artistas italianos, como Donatello, Pinturicchio, Lorenzo Ghiberti e Bernini. Você pode admirar o batistério, o púlpito, o altar-mor, as capelas laterais e o transepto, que são decorados com esculturas e pinturas magníficas. Não deixe também de visitar a biblioteca Piccolomini, que fica anexa à Catedral e que guarda livros raros e afrescos espetaculares.
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Catedral de Santa Maria del Fiore, Florença
A Catedral de Santa Maria del Fiore é a sede da arquidiocese de Florença e pode acomodar até 30 mil pessoas. Ela foi construída no lugar da antiga catedral dedicada a Santa Reparata, que funcionou durante nove séculos até ser demolida completamente em 1375. A construção da nova catedral iniciou-se em 1296 com o projeto de Arnolfo di Cambio, um arquiteto e artista italiano que introduziu elementos do estilo gótico na sua obra. Ele trabalhou na catedral até 1302, ano da sua morte, e só conseguiu completar duas capelas e parte da fachada.
Após a morte de Arnolfo, as obras foram interrompidas e retomadas apenas em 1331. Um segundo nome importante é o de Giotto, que em 1334 foi nomeado mestre dos trabalhos e deu início à criação do campanário da igreja. No entanto, três anos após ter iniciado o trabalho, o mestre faleceu. As obras continuaram com Andrea Pisano (até 1348) e quem o sucedeu foi Francesco Talenti, que atuou de 1349 a 1359 e conseguiu completar a torre do sino. O campanário permite uma vista panorâmica sobre Florença para quem vencer os seus 414 degraus (são 85 metros de altura).
Mas o grande desafio da construção da catedral era a cúpula, que deveria cobrir o enorme espaço octogonal deixado por Arnolfo. Muitos arquitetos tentaram resolver o problema, mas nenhum apresentou uma solução satisfatória. Foi então que surgiu Filippo Brunelleschi, um gênio da arquitetura e da engenharia, que propôs uma cúpula dupla autoportante, sem necessidade de escoras ou andaimes. A sua ideia era tão revolucionária que muitos duvidaram da sua viabilidade. Brunelleschi teve que enfrentar a concorrência de Lorenzo Ghiberti, o famoso escultor das portas do Batistério, que também apresentou um projeto para a cúpula. Depois de muitas disputas e intrigas, Brunelleschi conseguiu convencer os responsáveis pela obra e iniciou a construção da cúpula em 1420.
A cúpula de Brunelleschi é uma das maiores realizações da arquitetura renascentista e uma das maravilhas do mundo. Ela tem 45 metros de diâmetro e 114 metros de altura, sendo a maior cúpula de alvenaria já construída. Para erguê-la, Brunelleschi inventou máquinas e técnicas inovadoras, que impressionaram os seus contemporâneos. A cúpula foi concluída em 1436 e consagrada pelo papa Eugênio IV4. No interior da cúpula, há um magnífico afresco do Juízo Final, pintado por Giorgio Vasari e Federico Zuccari entre 1572 e 1579. Para apreciar essa obra-prima, é preciso subir os 463 degraus que levam ao topo da cúpula, mas vale a pena o esforço.
A fachada da catedral, por outro lado, teve que esperar até o século XIX para ser concluída. A fachada original de Arnolfo foi demolida em 1587 por ordem do grão-duque Francisco I de Médici, que considerava-a antiquada. Vários projetos foram apresentados para substituí-la, mas nenhum foi realizado. Somente em 1864 foi realizado um concurso público para escolher o novo projeto da fachada, que foi vencido por Emilio De Fabris. A fachada foi construída entre 1876 e 1887 no estilo neogótico, com mármore branco, verde e rosa. Ela é decorada com estátuas, mosaicos e rosáceas, que homenageiam a Virgem Maria e os santos padroeiros de Florença.
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Basílica de São Pedro, Vaticano
A Basílica de São Pedro é a maior igreja católica do mundo e a sede universal da Igreja Católica. Ela foi construída sobre o local onde, segundo a tradição, o apóstolo Pedro foi sepultado depois de ser martirizado em Roma. Por isso, ela é considerada o coração do cristianismo e o lugar mais sagrado para os católicos.
A construção da basílica atual começou em 1506, sob o comando do papa Júlio II, e levou mais de 100 anos para ser concluída. Durante esse período, vários arquitetos e artistas renomados trabalharam no projeto, como Bramante, Rafael, Sangallo, Michelangelo, Maderno e Bernini. O resultado é uma mistura de estilos que vai do renascimento ao barroco, com uma riqueza de detalhes impressionante.
A basílica tem uma planta em forma de cruz latina, com uma nave central, quatro naves laterais, um transepto e um presbitério. Ela mede 218 metros de comprimento, 138 metros de largura e 136 metros de altura até a cúpula. A cúpula é uma das características mais marcantes da basílica, com um diâmetro de 42 metros e uma altura de 132 metros. Ela foi projetada por Michelangelo e concluída por Della Porta e Fontana.
O interior da basílica é decorado com mármore, mosaicos, estuques, afrescos e esculturas de grande valor artístico e religioso. Entre as obras mais famosas estão o baldaquino de Bernini sobre o altar papal, a Pietà de Michelangelo na primeira capela à direita da entrada, a estátua de bronze de São Pedro na nave central e o monumento fúnebre do papa Urbano VIII na nave da epístola.
A basílica também abriga as grutas do Vaticano, onde estão enterrados vários papas e personalidades da história da Igreja. Lá também se pode ver parte dos restos da antiga basílica constantiniana do século IV, que foi demolida para dar lugar à nova construção.
Para visitar a basílica, é preciso passar por um controle de segurança na Praça de São Pedro, que é a entrada principal. A entrada é gratuita, mas há filas que podem demorar horas nos dias mais movimentados. Por isso, é recomendável chegar cedo ou reservar um ingresso com antecedência pela internet. O horário de funcionamento é das 7h às 19h no verão e das 7h às 18h no inverno.
Além da basílica, vale a pena visitar também a Praça de São Pedro, que foi projetada por Bernini entre 1656 e 1667. Ela tem uma forma elíptica cercada por quatro fileiras de colunas dóricas que criam um efeito ótico de abraçar os fiéis. No centro da praça há um obelisco egípcio trazido por Calígula no século I e duas fontes barrocas.
A praça é o cenário das principais celebrações litúrgicas do papa e das audiências gerais às quartas-feiras. Ela também oferece uma vista espetacular da fachada e da cúpula da basílica.
Se você quiser ter uma experiência ainda mais completa, pode subir até o topo da cúpula da basílica e admirar uma vista panorâmica da cidade do Vaticano e de Roma. Para isso, é preciso pagar um ingresso que custa 10 euros se você usar o elevador ou 8 euros se você subir pelas escadas. O horário de acesso é das 8h às 18h no verão e das 8h às 17h no inverno.
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Catedral de Monreale, Sicília
A Catedral de Monreale foi construída no século XII por ordem do rei Guilherme II da Sicília, que queria mostrar o seu poder e prestígio frente à Igreja e aos seus rivais. Segundo a lenda, ele teve um sonho em que a Virgem Maria lhe indicava o lugar onde estava escondido um tesouro, que ele deveria usar para erguer um templo em sua honra. Assim, ele mandou escavar o local e encontrou uma grande quantidade de moedas de ouro, que foram empregadas na construção da catedral.
O resultado foi uma das maiores e mais ricas construções da Idade Média, que levou apenas 10 anos para ser concluída. A catedral se destaca pela sua fachada simples, com um pórtico renascentista e duas torres quadradas assimétricas, que contrasta com o seu interior deslumbrante, todo coberto por mosaicos de ouro e cores vibrantes. Os mosaicos representam cenas do Antigo e do Novo Testamento, além de figuras de santos, anjos e profetas. O ponto alto é a imagem do Cristo Pantocrator, ou seja, o Criador de Todas as Coisas, que domina a abside com o seu olhar penetrante.
A catedral também possui um belo claustro, que faz parte do antigo mosteiro beneditino anexo. O claustro é formado por 228 colunas de mármore, decoradas com capitéis esculpidos com motivos vegetais e animais. No centro, há um jardim com uma fonte e algumas palmeiras. O claustro é um lugar de paz e tranquilidade, ideal para relaxar depois de admirar os mosaicos da catedral.
Para visitar a Catedral de Monreale, você pode pegar um ônibus ou um táxi a partir de Palermo, que fica a apenas 8 km de distância. A entrada na catedral é gratuita, mas você precisa pagar uma taxa para acessar o claustro e o terraço, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade e do vale. O horário de funcionamento varia conforme a época do ano, mas geralmente é das 8h30 às 19h30. Recomenda-se reservar pelo menos duas horas para apreciar todos os detalhes dessa maravilha arquitetônica.
E você, já visitou alguma dessas igrejas? Qual delas você achou mais bonita? Conte-nos nos comentários! E se você gostou deste artigo, não deixe de compartilhá-lo com seus amigos que amam viajar!