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Hoje eu vou falar sobre as bibliotecas mais incríveis do mundo, que são verdadeiros templos do conhecimento e da beleza. Você vai se surpreender com a variedade e a riqueza desses lugares, que vão desde a antiguidade até os dias atuais. Vamos começar?
1. Biblioteca Nacional de Praga, República Tcheca
A Biblioteca Nacional de Praga, também conhecida como Clementinum, é um exemplo requintado da arquitetura barroca no país. Ela foi aberta pela primeira vez em 1722 como parte da universidade jesuíta, e abriga mais de 20 mil livros em seu acervo. Além disso, ela possui uma incrível coleção de globos geográficos e astronômicos, na sua maioria, feitos por padres jesuítas, que também construíram relógios astronômicos.
O interior da biblioteca é de tirar o fôlego, com afrescos no teto pintados por Jan Hiebl e mobílias originais da época. As pinturas apresentam retratos de santos jesuítas, patronos antigos da biblioteca e outras figuras de destaque. A atmosfera é mágica, e parece que estamos entrando em um cenário de filme ou de um livro de fantasia.
A biblioteca fica localizada no centro histórico de Praga, próximo da Ponte Carlos, um dos principais pontos turísticos da cidade. O complexo é o segundo maior da cidade, atrás apenas do Castelo de Praga, e costumava ser o terceiro maior colégio jesuíta do mundo. No ano de 1773, o colégio tornou-se parte da renomada Universidade Charles, e a biblioteca passou a ser também um observatório e uma universidade pela imperatriz Maria Teresa da Áustria.
Para visitar a biblioteca, é preciso fazer uma visita guiada, que dura cerca de 50 minutos e custa 300 coroas tchecas (cerca de 66 reais) para adultos. A visita inclui três partes do complexo: a Capela dos Espelhos, a Biblioteca Barroca e a Torre Astronômica, um mirante com 68 metros de altura que oferece uma vista panorâmica da cidade.
2. Trinity College Library, Dublin, Irlanda
A Trinity College Library é a maior e mais antiga biblioteca da Irlanda, fundada em 1592. Ela faz parte da Trinity College Dublin, a universidade mais prestigiada do país. A biblioteca possui mais de 6 milhões de livros, manuscritos, mapas e outros itens, que abrangem diversos campos do conhecimento e da cultura. Ela é também um dos principais depósitos legais da Irlanda, o que significa que ela recebe uma cópia de cada publicação feita no país.
Mas o que torna a Trinity College Library tão especial é a sua arquitetura e a sua história. A biblioteca é composta por vários edifícios, mas o mais famoso é o Old Library, construído no século 18. O Old Library é um exemplo magnífico do estilo neoclássico, com colunas, estátuas e uma cúpula imponente.
O interior é ainda mais deslumbrante, com estantes de madeira que abrigam milhares de livros antigos, cobrindo as paredes de um salão de 65 metros de comprimento e 12 metros de altura. Esse salão é conhecido como o Long Room, e é considerado uma das salas mais bonitas do mundo.
O Long Room também é o lar de alguns tesouros nacionais, como a harpa mais antiga da Irlanda, que data do século 15, e os bustos de mármore de grandes escritores e filósofos, como Shakespeare, Newton e Platão. Mas o maior tesouro da biblioteca é o Livro de Kells, um manuscrito iluminado do século 9, que contém os quatro evangelhos do Novo Testamento em latim. O Livro de Kells é famoso pelas suas ilustrações coloridas e intricadas, que misturam elementos cristãos, celtas e vikings. O livro é considerado uma obra-prima da arte medieval, e um símbolo da identidade irlandesa.
O Livro de Kells está em exibição permanente na biblioteca, em uma sala especial chamada de Tesouro. Lá, os visitantes podem admirar uma das suas páginas, que é trocada periodicamente. Além disso, os visitantes podem aprender mais sobre a história e a produção do livro, através de uma exposição interativa chamada de “Turning Darkness into Light”. Essa exposição mostra como os monges copiaram e decoraram o livro, usando técnicas e materiais da época. Ela também explica o significado e a beleza das iluminuras, que retratam cenas bíblicas, animais, plantas e padrões geométricos.
A visita à Trinity College Library é uma experiência única e inesquecível, que encanta os amantes de livros, de arte e de história. É uma oportunidade de conhecer uma das bibliotecas mais incríveis do mundo, e de se maravilhar com o Livro de Kells, uma das joias da cultura irlandesa. Se você está planejando uma viagem a Dublin, não deixe de incluir a biblioteca no seu roteiro. Você não vai se arrepender!
3. Biblioteca Nacional do Brasil, Rio de Janeiro
A Biblioteca Nacional do Brasil foi fundada em 1810, quando a família real portuguesa se mudou para o Brasil, fugindo das invasões napoleônicas. Eles trouxeram consigo a Real Biblioteca, que tinha cerca de 60 mil volumes, e a instalaram no antigo Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no centro do Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, a biblioteca foi recebendo doações, compras e depósitos legais de obras produzidas no Brasil e no exterior, ampliando seu acervo e sua importância.
Em 1905, a biblioteca mudou-se para o seu atual endereço, na Avenida Rio Branco, em um prédio de estilo neoclássico, projetado pelo arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar. O prédio tem cinco andares e uma estrutura metálica, que foi um marco tecnológico para a época. O edifício é adornado com colunas coríntias, esculturas, vitrais, pinturas e afrescos, que conferem um charme especial ao ambiente. A fachada principal tem um belo relógio, que marca as horas com um som de carrilhão.
A Biblioteca Nacional do Brasil é um verdadeiro tesouro para os amantes da literatura, da história e da arte. Entre as obras mais valiosas do seu acervo, estão a primeira edição de Os Lusíadas, de Luís de Camões, publicada em 1572; a Bíblia de Mogúncia, impressa em 1462; o manuscrito original de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector; e a partitura autógrafa de O Guarani, de Carlos Gomes.
A biblioteca também possui coleções especiais, como a de obras raras, que reúne livros impressos antes de 1500, incunábulos, manuscritos medievais e documentos históricos; a de iconografia, que abrange fotografias, gravuras, desenhos e cartazes; a de cartografia, que contém mapas, atlas, globos e cartas náuticas; e a de publicações seriadas, que inclui jornais, revistas, anuários e boletins.
A Biblioteca Nacional do Brasil oferece vários serviços aos seus visitantes, como salas de leitura, consulta ao acervo, pesquisa a distância, visitas orientadas e exposições. Para consultar o acervo, é necessário fazer um cadastro prévio no site da biblioteca e apresentar um documento de identidade na entrada.
A consulta é gratuita e pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. As salas de leitura têm diferentes horários e regras de solicitação e devolução de obras, que podem ser consultados no site da biblioteca. A pesquisa a distância permite que os usuários façam perguntas sobre o acervo e recebam respostas por e-mail. As visitas orientadas são realizadas de segunda a sexta-feira, às 11h e às 14h, e aos sábados, às 11h, com duração de uma hora. As exposições são temporárias e abordam temas variados, relacionados ao acervo ou à cultura em geral.
A Biblioteca Nacional do Brasil é um lugar imperdível para quem visita o Rio de Janeiro. Além de ser um patrimônio histórico e cultural, é uma fonte de conhecimento e inspiração para todos os que apreciam a leitura e a arte.
4. Biblioteca de Admont, Áustria
A Biblioteca de Admont é a maior biblioteca localizada em um mosteiro em todo o mundo. Ela fica na Abadia Beneditina de Admont, fundada no século XI pelo Bispo Gebhard de Salzburgo. A Abadia é um complexo monumental que combina arquitetura barroca e neogótica, arte religiosa, arte contemporânea, museus e um belo cenário natural, cercado pelos Alpes.
A Biblioteca foi construída no século XVIII, em estilo rococó, pelo arquiteto Joseph Hueber. Ela mede 70 metros de comprimento, 14 metros de largura e 13 metros de altura. O seu teto é formado por sete cúpulas, decoradas com espetaculares frescos de Bartolomeo Altomonte, que mostram as diferentes fases do conhecimento humano. As prateleiras são todas pintadas de branco, com efeitos dourados, para intensificar a iluminação, que é potencializada pelas 48 janelas que iluminam as grandes galerias.
A Biblioteca conserva cerca de 200 mil volumes, entre eles, 1400 manuscritos, alguns dos quais datados do século VIII, e mais de 500 incunábulos. As obras abrangem diversas áreas do saber, desde a teologia até a literatura, passando pela filosofia, a história, a medicina e as ciências naturais. Ao longo das galerias, há também 16 esculturas e dois grandes relevos, obras de Josef Stammel, que representam acadêmicos, artistas, poetas, escultores e musas.
Visitar a Biblioteca de Admont é uma experiência única, que mistura arte, cultura e espiritualidade. É como entrar em um mundo mágico, onde o conhecimento é valorizado e preservado. É uma verdadeira oitava maravilha do mundo, que merece ser conhecida e admirada por todos os amantes de livros e de viagens.
5. Biblioteca do Congresso, Washington DC, Estados Unidos
A Biblioteca do Congresso é a maior biblioteca do mundo, com mais de 134 milhões de itens em mais de 460 línguas, incluindo livros, mapas, manuscritos, fotografias, filmes, gravações de som e muito mais. Ela foi fundada em 1800, quando o presidente John Adams assinou um ato do Congresso para transferir a sede do governo dos Estados Unidos da Filadélfia para a nova capital, Washington. O ato também autorizou a compra de livros para o uso do Congresso, dando origem à Biblioteca do Congresso.
A Biblioteca do Congresso está alojada em três edifícios em Capitol Hill: o edifício Thomas Jefferson, o edifício James Madison Memorial e o edifício John Adams. O edifício Thomas Jefferson é o principal e o mais antigo, inaugurado em 1897. Ele é conhecido por sua magnífica arquitetura e decoração do século 19, que fazem referência ao aprendizado, conhecimento, literatura e criatividade. Ele também abriga exposições históricas e culturais, como a Declaração de Independência, a Constituição dos Estados Unidos, a Bíblia de Gutenberg, a Bíblia do Rei Jaime, a Bíblia de George Washington, a Bíblia de Abraham Lincoln, entre outras.
O edifício James Madison Memorial foi construído em 1980 e é o maior dos três. Ele é dedicado à memória do quarto presidente dos Estados Unidos, considerado o pai da Constituição e da Declaração dos Direitos. Ele abriga a maior parte das coleções da Biblioteca do Congresso, bem como salas de leitura, auditórios, escritórios e serviços ao público.
O edifício John Adams foi construído em 1939 e originalmente chamado de Anexo da Biblioteca do Congresso. Ele foi renomeado em 1980 em homenagem ao segundo presidente dos Estados Unidos, que foi o responsável pela criação da Biblioteca do Congresso. Ele abriga as coleções de mapas, geografia, música, artes cênicas, folclore, línguas e literaturas estrangeiras, entre outras.
A Biblioteca do Congresso é um tesouro de conhecimento e cultura, que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar a história, a arte, a ciência, a política, a religião e muito mais. Ela também realiza eventos, programas, concertos, palestras, oficinas e atividades educativas para o público em geral. Além disso, ela disponibiliza parte de seu acervo digitalmente, através de seu site e de aplicativos, permitindo que pessoas de todo o mundo possam acessar seus recursos e serviços.
6. Biblioteca da Universidade de al-Qaeawiyyin, Fez, Marrocos
A Biblioteca da Universidade de al-Qaeawiyyin faz parte de um complexo que inclui também uma mesquita e uma universidade, fundada em 859 por uma mulher muçulmana chamada Fatima al-Fihri. Ela era filha de um rico comerciante que emigrou da Tunísia para Fez, e decidiu usar toda a sua herança para construir um lugar de culto e de ensino para a sua comunidade. A universidade é considerada a mais antiga do mundo em funcionamento contínuo, segundo o Guinness Book of World Records, e teve entre seus alunos e professores nomes ilustres como o filósofo Averróis, o médico Ibn Tufail e o explorador Ibn Battuta.
A biblioteca, que também foi fundada no século IX, possui mais de quatro mil livros raros e manuscritos árabes, alguns datados do próprio século da fundação. Entre as preciosidades, estão um exemplar do Alcorão do século IX, escrito em pergaminho e decorado com ouro e azul, e um manuscrito do filósofo Averróis, que comentou as obras de Aristóteles. A biblioteca também tem obras de matemática, astronomia, medicina, direito e teologia, que mostram a riqueza e a diversidade do conhecimento produzido no mundo islâmico medieval.
A biblioteca foi recentemente restaurada e reaberta ao público, depois de ficar fechada por décadas. O projeto de restauração durou quatro anos e contou com o apoio da Fundação Cultural Getty, dos Estados Unidos. O objetivo foi preservar a arquitetura original da biblioteca, que é uma obra-prima da arte islâmica, com esculturas, azulejos, arcos e fontes. Ao mesmo tempo, foram instalados equipamentos modernos para garantir a conservação dos livros e manuscritos, como sistemas de climatização, iluminação e segurança.
A biblioteca é aberta para estudantes, pesquisadores e visitantes, que podem admirar as obras expostas em vitrines e consultar os catálogos digitais. Além disso, a biblioteca oferece cursos, palestras e eventos culturais para promover o diálogo entre as diferentes tradições e civilizações. A biblioteca é um lugar de encontro entre o passado e o presente, entre o Oriente e o Ocidente, entre a fé e a razão.
7. Biblioteca Joanina, Coimbra, Portugal
A Biblioteca Joanina foi construída entre 1717 e 1728, por ordem do rei D. João V, que queria dotar a Universidade de Coimbra de uma biblioteca moderna e prestigiosa, à altura das novas correntes iluministas que se difundiam na Europa. O edifício foi erguido sobre o antigo cárcere do Paço Real, onde funcionava a prisão acadêmica, e foi decorado com ricos detalhes em talha dourada, pinturas alegóricas e estantes de madeira exótica. O resultado é um espaço deslumbrante, que transmite uma sensação de luxo, poder e sabedoria.
A Biblioteca Joanina é composta por três salas que se comunicam por arcos idênticos ao portal principal, que ostenta um grande escudo nacional do tempo de D. João V. Cada sala tem uma cor predominante no fundo das estantes: verde, vermelho e preto, respectivamente. As estantes são de madeira de carvalho, pintada de forma a imitar mármore, e abrigam livros de diversas áreas do conhecimento, como teologia, filosofia, direito, história, medicina, matemática, entre outras. As obras mais raras e valiosas estão guardadas em armários com portas de ferro, que só podem ser abertas com autorização especial.
O teto das salas é coberto por frescos que representam figuras mitológicas, alegorias e símbolos relacionados à ideia de universidade, como a sabedoria, a justiça, a ciência e as artes. O autor das pinturas foi António Simões Ribeiro, que trabalhou em conjunto com o dourador Vicente Nunes. O destaque fica para o retrato de D. João V, pintado pelo italiano Domenico Duprà, que ocupa a parede do fundo da última sala, funcionando como um ponto de fuga e de veneração ao monarca que patrocinou a construção da biblioteca.
Além da beleza estética, a Biblioteca Joanina também chama a atenção pela sua engenharia e pela sua conservação. As paredes exteriores têm mais de dois metros de espessura, para proteger os livros da umidade e da temperatura. As estantes são de madeira de carvalho, que tem a propriedade de afastar os insetos que se alimentam de papel. E, para completar, há duas colônias de morcegos que habitam a biblioteca há séculos, e que contribuem para o controle de pragas, devorando os insetos que escapam das estantes. Por isso, todas as noites, as mesas são cobertas com toalhas de couro, para evitar os danos causados pelos dejetos dos animais.
8. Biblioteca Infantil Soneva Kiri, Koh Kood, Tailândia
A Biblioteca Infantil Soneva Kiri faz parte de um complexo hoteleiro na ilha de Koh Kood, um destino paradisíaco no Golfo da Tailândia. A biblioteca foi construída principalmente com bambu, um material sustentável e resistente, que se integra harmoniosamente com o ambiente tropical. A estrutura tem formas orgânicas que lembram casulos, ninhos ou cavernas, criando espaços lúdicos e aconchegantes para a leitura.
A biblioteca oferece experiências significativas baseadas na ecologia, no entretenimento e na educação para as crianças. Além de uma grande variedade de livros, a biblioteca conta com atividades interativas, como jogos, quebra-cabeças, fantoches e instrumentos musicais. Há também uma área dedicada à arte, onde as crianças podem expressar sua criatividade com materiais reciclados. A biblioteca ainda promove oficinas, palestras e contação de histórias com convidados especiais.
A Biblioteca Infantil Soneva Kiri é um exemplo de como a arquitetura, a literatura e a pedagogia podem se unir para criar um espaço inspirador e divertido para os pequenos leitores. É uma biblioteca que estimula a imaginação, a curiosidade e o amor pela natureza.
Espero que você tenha gostado dessa viagem pelo mundo das bibliotecas, que são lugares fascinantes e inspiradores. Se você tiver a oportunidade, aproveite essa dica e visite esses lugares e descubra os tesouros que eles guardam. Até a próxima!