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Hoje vamos falar sobre um tema que pode despertar a sua curiosidade e até mesmo o seu medo: as lendas urbanas espalhadas pelo mundo. Você sabe o que são lendas urbanas? São histórias que circulam entre as pessoas, geralmente envolvendo fatos sobrenaturais, macabros ou misteriosos, mas que não têm comprovação científica ou histórica.
Elas podem ter origem em fatos reais, distorcidos pela imaginação popular, ou serem pura invenção. O que as torna interessantes é que elas refletem os medos, as crenças e as culturas de cada lugar onde são contadas. Esta afim de conhecer algumas das lendas urbanas mais famosas e assustadoras de diferentes países? Será que você teria coragem de visitar esses lugares depois de saber dessas histórias? Vamos descobrir!
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O assobiador – Venezuela
Essa lenda urbana assombra as planícies da Venezuela: O Assobiador. Você já ouviu falar dele? Ele é uma figura misteriosa e temida, que carrega uma bolsa cheia de ossos e assobia uma melodia sinistra. Dizem que ele é o espírito de um homem que matou seu pai e foi amaldiçoado por sua avó. Ele vaga pelas noites, procurando vítimas para se vingar. Mas como ele escolhe suas vítimas? E como se proteger dele? Vamos descobrir!
O Assobiador é uma lenda muito antiga, que tem origem nos povos indígenas da região. Segundo a versão mais popular, ele era um jovem que vivia com seus pais e sua avó em uma fazenda. Um dia, ele voltou da caça com fome e não encontrou comida na casa. Furioso, ele esfaqueou seu pai e arrancou seu fígado, que ele cozinhou e comeu. Sua avó, horrorizada, o amaldiçoou e o chicoteou até sangrar. Ela também encheu uma bolsa com os ossos de seu pai e a colocou nas costas do rapaz, ordenando que ele vagasse pelo mundo carregando esse peso. Desde então, ele se tornou O Assobiador, um ser sobrenatural que assombra as planícies venezuelanas.
O Assobiador tem uma aparência assustadora: ele é muito magro e alto, medindo cerca de seis metros. Ele veste roupas de vaqueiro e um chapéu de aba larga, que esconde seu rosto esquelético. Ele carrega a bolsa de ossos nas costas, que fazem um barulho sinistro quando ele caminha. Mas o que mais chama a atenção é o seu assobio: ele assobia as notas musicais dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, em um tom agudo e penetrante. O assobio é o seu sinal de presença e também o seu meio de confundir as pessoas: quando ele está longe, o assobio parece estar perto; quando ele está perto, o assobio parece estar longe.
O Assobiador não é um fantasma qualquer: ele tem preferências e objetivos. Ele costuma atacar homens bêbados ou infiéis, que ele encontra sozinhos nas estradas ou nos campos. Ele também pode perseguir mulheres grávidas ou pessoas que tenham algum pecado grave. Ele se alimenta do sangue de suas vítimas, que ele suga pelo umbigo ou pela garganta. Ele também pode arrancar os ossos de suas vítimas e colocá-los na sua bolsa, aumentando o seu fardo. Ele é implacável e cruel, e poucos conseguem escapar dele.
Mas há algumas formas de se proteger do Assobiador, caso você tenha a infelicidade de encontrá-lo. Uma delas é ter um cachorro por perto: os cães conseguem detectar a presença do Assobiador e latir para afugentá-lo. Outra forma é ter um ají na mão: o ají é uma fruta vermelha e muito picante, que serve como condimento na culinária venezuelana. Dizem que o Assobiador tem medo do ají e foge dele. Por fim, há uma forma de evitar que o Assobiador entre na sua casa: basta colocar uma vassoura atrás da porta. O Assobiador tem uma obsessão por limpeza e não consegue resistir a varrer a casa antes de entrar. Isso dá tempo para você fugir ou se esconder.
O Assobiador é uma lenda urbana fascinante e terrível, que reflete os medos e as crenças dos venezuelanos. Ele é um exemplo de como as histórias populares podem se perpetuar por gerações e influenciar a cultura de um país. Se você tiver a oportunidade de visitar a Venezuela, não deixe de conhecer as suas belezas naturais e históricas, mas tome cuidado com o Assobiador. E se você ouvir um assobio estranho à noite, não saia para ver o que é. Pode ser tarde demais.
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Chupacabra – Porto Rico
A origem do chupa-cabra remonta ao ano de 1995, em Porto Rico, uma ilha caribenha que pertence aos Estados Unidos. Foi lá que uma mulher chamada Madelyne Tolentino afirmou ter visto pela janela de sua casa uma criatura bípede de quase um metro e meio de altura, com olhos grandes, espinhos nas costas e longas garras. Ela disse que o ser parecia um alienígena e que tinha um olhar ameaçador.
Pouco depois, começaram a surgir relatos de animais de criação, especialmente cabras, encontrados mortos com marcas de dentes no pescoço e o corpo sem sangue. A mídia local logo associou os casos ao depoimento de Tolentino e batizou a suposta criatura de chupa-cabra, que significa “cabra-sugador” em espanhol.
A história se espalhou rapidamente por outras regiões da América Latina, como México, Chile, Nicarágua e Brasil. Aqui, uma reportagem do programa Domingo Legal, do SBT, em 1997, provocou uma onda de supostas aparições do chupa-cabra por todo o país. A lenda também chegou ao sul dos Estados Unidos e até à Rússia, graças à internet e aos grupos interessados em óvnis e teorias da conspiração.
No entanto, com o passar do tempo, a descrição do chupa-cabra foi mudando. No início dos anos 2000, surgiram relatos de uma nova versão da criatura, mais parecida com um cachorro sem pelos, andando em quatro patas. Além disso, alguns corpos desses animais foram encontrados e examinados por especialistas.
Foi então que a verdade científica por trás da lenda do chupa-cabra começou a ser revelada. Benjamin Radford, pesquisador do Comitê para a Investigação Cética (CSI), dedicou cinco anos de sua vida a investigar o fenômeno. Ele viajou por várias regiões onde o chupa-cabra teria sido avistado e entrevistou testemunhas, veterinários e biólogos.
Radford descobriu que a primeira testemunha, Madelyne Tolentino, havia se inspirado no filme Species (A Experiência), lançado em 1995, para descrever o chupa-cabra. Ela admitiu que tinha visto o filme pouco antes de relatar sua suposta visão. Radford também constatou que os animais mortos não tinham sido sugados de sangue, mas sim decompostos naturalmente após serem atacados por predadores comuns, como cães e gatos.
Quanto aos corpos dos chupa-cabras encontrados, Radford concluiu que se tratavam de animais domésticos ou selvagens que sofriam de sarna, uma doença de pele causada por ácaros que provoca a perda de pelos. Entre as espécies identificadas estavam cães, coiotes, raposas e guaxinins.
Portanto, parece que o chupa-cabra não passa de um mito criado pela imaginação humana e alimentado pela falta de informação científica. Mas isso não significa que Porto Rico não tenha outras lendas e mistérios para explorar. A ilha é rica em cultura e história, especialmente da comunidade indígena taíno, que deixou vestígios de sua arte e religião em petroglifos, cavernas e centros cerimoniais. Além disso, Porto Rico tem belas paisagens naturais, como praias, florestas e montanhas.
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Bloody Mary – Estados Unidos
A lenda da Bloody Mary surgiu nos Estados Unidos no século XX, mas tem raízes em outras histórias antigas que envolvem espelhos e mulheres mortas de forma trágica. Segundo a lenda, se você repetir o nome “Bloody Mary” três vezes diante de um espelho, em um ambiente escuro e silencioso, uma mulher ensanguentada aparecerá para te atacar ou te amaldiçoar. Mas quem é essa mulher? E por que ela é tão vingativa?
Existem várias versões sobre a identidade e a motivação da Bloody Mary. Uma delas diz que ela foi uma bruxa queimada viva na época da Inquisição, e que amaldiçoou todos que dissessem seu nome. Outra diz que ela era uma mulher muito bonita que ficou com o rosto desfigurado em um acidente de carro, e que se vinga de quem a chama pelo seu nome. Há também quem acredite que ela seja Elizabeth Bathory, uma condessa húngara do século XVI que torturava e matava jovens garotas para banhar-se em seu sangue e manter a beleza.
Outra possível inspiração para a lenda é a rainha Maria I da Inglaterra, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão. Ela foi a primeira mulher a governar a Inglaterra, mas enfrentou muita resistência e conflitos. Ela era católica e tentou restaurar o catolicismo no país, perseguindo e executando os protestantes. Por isso, ela ficou conhecida como “Maria, a Sanguinária” (Bloody Mary). Alguns dizem que ela também sofria de problemas de fertilidade e que teve várias gestações falsas ou abortos. Isso teria aumentado sua frustração e sua crueldade.
A lenda da Bloody Mary se espalhou pelo mundo e ganhou diversas adaptações. No Brasil, por exemplo, ela é conhecida como Loira do Banheiro, uma menina que morreu no banheiro da escola e que assombra os alunos que batem três vezes na porta.
Mas será que essa lenda tem algum fundo de verdade? Será que é possível evocar um espírito pelo espelho? Alguns estudiosos dizem que os espelhos são uma espécie de portal entre o mundo dos vivos e o dos mortos, e que podem refletir energias negativas ou positivas. Outros dizem que se trata apenas de um fenômeno psicológico, causado pela sugestão ou pela ilusão óptica. O fato é que muitas pessoas relatam ter visto coisas estranhas ou assustadoras ao olhar para o espelho por muito tempo ou em condições especiais.
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Black Shuck – Inglaterra
Você já ouviu falar dessa criatura misteriosa e aterrorizante? Se não, prepare-se para conhecer uma das histórias mais fascinantes e assustadoras do folclore britânico.
O Black Shuck é um cão negro de grande porte, com pelos longos e emaranhados, e olhos vermelhos como fogo. Ele costuma aparecer à noite, vagando pelas estradas escuras, pelos campos solitários e pelos cemitérios antigos. Seu uivo faz o sangue gelar, mas seus passos não fazem som. Dizem que quem o vê tem a pior das sortes, pois sua aparição é um presságio de morte iminente. Alguns acreditam que ele seja o próprio diabo em forma de cão, outros que ele seja um espírito de um animal maltratado ou assassinado.
A origem do nome Black Shuck vem do inglês antigo scucca, que significa “demônio” ou “diabo”. A palavra também pode estar relacionada com a palavra nórdica skökk, que significa “assustar” ou “aterrorizar”. A lenda do Black Shuck pode ter sido trazida pelos vikings que se estabeleceram na costa de Norfolk há mais de mil anos. Eles adoravam o deus Odin, que era acompanhado por dois cães negros chamados Geri e Freki.
A primeira menção escrita ao Black Shuck data de 1127, quando um grupo de caçadores fantasmagóricos invadiu a Abadia de Peterborough e causou pânico entre os monges. Entre os caçadores, havia um enorme cão negro com um olho só no meio da cabeça. Esse relato foi registrado no Peterborough Chronicle, uma versão do Anglo-Saxon Chronicle.
Mas o caso mais famoso envolvendo o Black Shuck aconteceu em 1577, quando ele teria atacado duas igrejas na mesma noite. Segundo o relato de Abraham Fleming, um escritor da época, o cão entrou na igreja de Bungay durante uma tempestade e matou duas pessoas e feriu outras. Depois, ele seguiu para a igreja de Blythburgh, onde deixou marcas de suas garras na porta e matou mais quatro pessoas. Essas marcas ainda podem ser vistas hoje em dia na porta da igreja.
O Black Shuck também inspirou diversas obras de arte e cultura popular. Ele aparece em livros, filmes, músicas e até videogames. Um exemplo é a canção “The Hound of the Baskervilles”, baseada no romance homônimo de Arthur Conan Doyle, que conta a história de um cão demoníaco que assombra uma família nobre na Inglaterra. Outro exemplo é o jogo “Black Shuck”, lançado em 2020, que permite ao jogador controlar o cão fantasma e causar estragos na região de East Anglia.
Se você ficou curioso para conhecer mais sobre essa lenda urbana, que tal fazer uma viagem para a Inglaterra e visitar os locais onde o Black Shuck teria aparecido? Quem sabe você não dá de cara com ele por lá? Mas cuidado: dizem que ele ainda ronda as noites escuras em busca de novas vítimas. Você teria coragem de encarar esse desafio?
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A Loira do Banheiro – Brasil
A origem da lenda da Loira do Banheiro remonta ao século 19, quando uma moça chamada Maria Augusta de Oliveira Borges nasceu em Guaratinguetá, São Paulo. Ela era filha do visconde de Guaratinguetá e foi obrigada pelo pai a se casar aos 14 anos com um homem muito mais velho e influente, o conselheiro Dutra Rodrigues. Infeliz com o casamento arranjado, ela vendeu suas joias e fugiu para Paris, onde viveu até morrer aos 26 anos, em 1891. O motivo da sua morte é um mistério, pois seu atestado de óbito desapareceu.
A família trouxe o corpo de Maria Augusta de volta ao Brasil e o manteve em uma urna de vidro no casarão da família para visitação pública. A mãe, Amélia Augusta Cazal, não queria enterrar a filha, mas começou a ter visões dela pedindo que fosse sepultada. Finalmente, ela cedeu e mandou construir um túmulo para Maria Augusta. Mas, pouco depois, em 1902, a casa foi demolida para dar lugar à Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves.
Foi nessa escola que começaram os boatos de que o espírito de Maria Augusta vagava pelos corredores e pelos banheiros, abrindo torneiras para saciar sua sede e pedindo que fosse enterrada. A lenda ganhou força quando um incêndio misterioso comprometeu parte do prédio em 1916. Alguns sugeriram que Maria Augusta teria morrido de raiva, uma doença comum na Europa da época e que causa desidratação nas vítimas.
Com o tempo, a lenda se espalhou por outras escolas do Brasil e adquiriu elementos da lenda norte-americana da Maria Sangrenta, um espírito feminino que aparece em espelhos quando se chama pelo nome três vezes. A Loira do Banheiro passou a ser descrita como uma jovem loira de vestes brancas, com pedaços de algodão no nariz, ouvidos e/ou na boca. Para invocá-la, seria preciso chamar seu nome três vezes em frente ao espelho, bater a porta do banheiro, chutar o vaso sanitário, puxar a descarga ou falar palavrões. Dependendo da versão, ela poderia ser uma estudante que morreu no banheiro ou uma professora que foi assassinada pelo marido traído.
A lenda da Loira do Banheiro é uma das mais populares e assustadoras do folclore brasileiro. Ela reflete o medo do desconhecido, da morte e do sobrenatural que muitas pessoas têm. Mas também revela uma história trágica de uma mulher que teve sua vida marcada pela infelicidade e pela violência. Quem sabe se ela realmente existe ou não? Talvez seja melhor não arriscar e evitar os banheiros das escolas à noite.
Essas são apenas algumas das lendas urbanas que existem pelo mundo afora. Há muitas outras que poderíamos citar, como a da Momo, do Slenderman, do Homem do Saco, da Loira do Táxi, entre outras. O que elas têm em comum é que elas mexem com o nosso imaginário e nos fazem questionar o que é real e o que é fantasia. E você, conhece alguma outra lenda urbana que gostaria de compartilhar conosco? Deixe seu comentário e nos conte sua experiência.