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Você já se perguntou quais são os lugares que podem oferecer uma aventura emocionante, mas também um grande risco para a sua vida? Se você é um viajante corajoso e curioso, continue lendo e descubra 4 pontos turísticos mais perigosos que vão desafiar os seus limites.
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Montanha K2, Paquistão/China:
Prepare-se para conhecer um lugar que desafia os limites humanos e que poucos se atrevem a explorar.
A montanha K2 é a segunda mais alta do mundo, com 8.611 metros de altitude, ficando atrás apenas do Everest. Ela está localizada na cordilheira de Karakoram, na fronteira entre o Paquistão e a China. Mas não se engane: altura não é tudo. A K2 é considerada a montanha mais difícil e perigosa de escalar, por uma série de fatores que vamos explicar a seguir.
Primeiro, o clima. A K2 está sujeita a seis frentes de ar diferentes, o que torna o tempo muito instável e imprevisível. Nevascas, neblina, ventanias de até 100 km/h e temperaturas que podem chegar a -50°C são alguns dos desafios que os alpinistas enfrentam. Em 1995, seis pessoas morreram depois de serem lançadas no abismo por um vendaval.
Segundo, o terreno. A K2 tem encostas muito íngremes, com trechos de rocha, gelo e neve. Alguns paredões chegam a ter quase mil metros de altura, como a Pirâmide Negra. Há também as gretas, rachaduras profundas no gelo que podem ser fatais se alguém cair nelas. Muitas vezes, as gretas são cobertas por neve, tornando-se armadilhas invisíveis.
Terceiro, as avalanches. De cada quatro mortes ocorridas na K2, uma é provocada por avalanches. Elas são muito comuns e imprevisíveis, devido à alta inclinação da montanha. Além disso, elas podem ser desencadeadas por fatores como o vento, o sol ou o próprio peso dos alpinistas.
Quarto, a distância. Para chegar à base da montanha, é preciso percorrer quase cem quilômetros de trilha acidentada, por sete dias, a pé. E na descida, o caminho de volta à civilização é ainda mais longo. Diferentemente do Everest, que tem bosques e cachoeiras no percurso, a K2 é uma montanha muito árida e desoladora.
Quinto, a psicologia. Escalar a K2 exige não só preparo físico, mas também mental. O alpinista precisa lidar com o medo, o cansaço, a solidão, a falta de oxigênio e a tomada de decisões. Muitos acidentes ocorrem na descida, quando o alpinista está esgotado e com os reflexos debilitados.
Diante de tantos obstáculos, você deve estar se perguntando: por que alguém se arriscaria a subir a K2? A resposta é simples: pelo desafio. A K2 é uma montanha que testa os limites humanos e que oferece uma sensação única de conquista para quem chega ao topo. Mas não pense que isso é fácil: desde 1954, quando foi feita a primeira ascensão bem-sucedida, apenas cerca de 400 pessoas conseguiram repetir o feito. E mais de 80 perderam suas vidas no caminho.
Entre esses bravos alpinistas, dois são brasileiros: Waldemar Niclevicz e Karina Oliani. Niclevicz foi o primeiro brasileiro a escalar a K2, em 2000. Ele conta que sua preocupação era se manter vivo e que só pensava em voltar para casa. Oliani foi a primeira brasileira a escalar a K2, em 2019. Ela diz que foi uma experiência incrível e que se sentiu realizada.
E você? Teria coragem de encarar essa aventura? Ou prefere admirar a beleza da K2 à distância?
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Caverna do Krubera-Voronja, Geórgia
A Caverna do Krubera-Voronj é a segunda caverna mais profunda do planeta, com mais de 2 mil metros de profundidade. Ela fica na Abecásia, uma região separatista da Geórgia, no Cáucaso. Para explorar essa caverna, é preciso ter muita coragem, habilidade e equipamento adequado. Vou contar um pouco sobre a história, a geologia e a biologia dessa incrível formação natural.
A Caverna do Krubera-Voronj foi descoberta em 1960 por exploradores georgianos, mas só começou a ser explorada mais profundamente nos anos 80 por espeleólogos ucranianos. Desde então, várias expedições internacionais foram realizadas para mapear e estudar essa caverna. O recorde atual de profundidade foi alcançado em 2012 por uma equipe espanhola, que chegou a 2.199 metros abaixo da superfície. Isso é quase o dobro da altura do Cristo Redentor no Rio de Janeiro!
A Caverna do Krubera-Voronj é formada por rochas calcárias que foram esculpidas pela água ao longo de milhões de anos. A caverna tem várias entradas, mas a principal é chamada de Arbaika, que significa “caveira” em abecásio. A caverna tem um sistema complexo de galerias, salões, poços e sifões, que exigem técnicas avançadas de escalada e mergulho para serem atravessados. A temperatura média da caverna é de cerca de 7 graus Celsius, mas pode variar de acordo com a profundidade e a estação do ano. A umidade relativa do ar é de quase 100%, o que torna o ambiente muito úmido e escorregadio.
Apesar das condições extremas, a Caverna do Krubera-Voronj abriga uma rica biodiversidade, composta por animais adaptados à escuridão e à falta de oxigênio. Entre eles, se destacam os colêmbolos, pequenos insetos sem asas que se alimentam de matéria orgânica. Em 2010, uma equipe portuguesa descobriu quatro novas espécies de colêmbolos na caverna, sendo uma delas a mais profunda já encontrada na Terra, vivendo a 1.980 metros de profundidade. Esses animais são considerados indicadores da qualidade ambiental da caverna e podem ajudar a entender a evolução da vida subterrânea.
A Caverna do Krubera-Voronj é um lugar fascinante e desafiador para os amantes da aventura e da ciência. No entanto, ela também é muito perigosa e requer um planejamento cuidadoso e uma autorização especial para ser visitada. Além dos riscos naturais da caverna, como quedas, alagamentos e hipotermia, há também os riscos políticos da região, que vive um conflito entre a Abecásia e a Geórgia desde os anos 90. Por isso, é preciso ter muito respeito e responsabilidade ao se aventurar nessa maravilha da natureza.
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A Estrada da Morte, Bolívia
Essa é uma das estradas mais perigosas do mundo, que liga a capital La Paz à região de Los Yungas, passando por paisagens incríveis e desafios extremos. Você teria coragem de encarar essa aventura? Então continue lendo e descubra mais sobre essa rota que é um teste de nervos e adrenalina.
A Estrada da Morte foi construída na década de 1930 por prisioneiros paraguaios, durante a Guerra do Chaco, um conflito entre a Bolívia e o Paraguai pelo controle do Chaco Boreal, uma região rica em petróleo e gás natural. A estrada tem cerca de 80 km de extensão e uma descida vertiginosa de 3.600 metros, saindo da altitude de 4.650 metros em La Cumbre até os 1.200 metros em Yolosa. A largura da estrada varia entre 3 e 5 metros, e não há guard-rails ou sinalização adequada. Além disso, a estrada é frequentemente atingida por chuvas, neblina, deslizamentos de terra e quedas de pedras, que aumentam o risco de acidentes.
Não é à toa que a Estrada da Morte recebeu esse nome. Estima-se que cerca de 300 pessoas morrem por ano nessa estrada, sendo muitas delas turistas que se aventuram a percorrê-la de bicicleta ou moto. Em 1995, o Banco Interamericano de Desenvolvimento classificou a Estrada da Morte como “a estrada mais perigosa do mundo”, um título que atraiu ainda mais a atenção dos viajantes em busca de emoção. Em 2006, foi inaugurada uma nova estrada, mais segura e moderna, que desviou o tráfego pesado da antiga rota. No entanto, a Estrada da Morte continua sendo usada por moradores locais e turistas que querem conhecer essa parte histórica e impressionante da Bolívia.
Mas o que há de tão especial na Estrada da Morte, além do perigo? Bom, a resposta é: muita coisa. A Estrada da Morte é uma viagem pela diversidade natural e cultural da Bolívia, que passa por diferentes ecossistemas, climas e povos. A estrada começa nos Andes, onde o ar é frio e seco, e termina na Amazônia, onde o clima é quente e úmido. Pelo caminho, é possível ver montanhas nevadas, florestas tropicais, cachoeiras, rios e vales. A estrada também atravessa comunidades indígenas que vivem da agricultura e do comércio de produtos típicos da região, como café, frutas e folhas de coca.
Um dos destinos mais populares na Estrada da Morte é Coroico, uma cidadezinha charmosa que fica no meio do caminho entre La Paz e Yolosa. Coroico é um lugar ideal para relaxar depois da tensão da estrada, com uma atmosfera tranquila e acolhedora. A cidade oferece opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos, além de restaurantes, bares e lojas. Coroico também é um ponto de partida para explorar outras atrações das Yungas, como trilhas, cachoeiras, plantações de coca e minas de ouro.
Se você ficou interessado em conhecer a Estrada da Morte, saiba que existem várias agências de turismo que oferecem pacotes para fazer o trajeto de bicicleta ou moto, com guias experientes e equipamentos de segurança. O preço varia conforme a duração e o nível de dificuldade do passeio, mas geralmente fica entre 50 e 100 dólares por pessoa. É recomendável reservar com antecedência e verificar as condições climáticas antes de partir. Além disso, é importante ter um bom preparo físico e mental para enfrentar os desafios da estrada.
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Deserto do Saara, África
Você já imaginou como seria visitar o maior e mais quente deserto do mundo? Pois bem, eu vou te contar algumas curiosidades, dicas e riscos de se aventurar nessa paisagem incrível e desafiadora.
O Deserto do Saara ocupa cerca de 9 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a quase um terço do continente africano. Ele se estende por 11 países, desde o Marrocos até o Egito, passando pela Argélia, Tunísia, Líbia, Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Sudão. Sua temperatura média é de 30°C, mas pode chegar a 50°C durante o dia e cair para -10°C à noite. A precipitação é muito baixa, variando de 0 a 25 mm por ano.
O Deserto do Saara é um lugar fascinante, cheio de belezas naturais e culturais. Você pode admirar as dunas gigantes de areia, as montanhas rochosas, os oásis verdes, os lagos salgados, as pinturas rupestres e as pirâmides egípcias. Você também pode conhecer os povos nômades que vivem no deserto há séculos, como os berberes, os tuaregues e os beduínos. Eles podem te ensinar sobre sua história, sua língua, sua religião e sua culinária.
Mas não se engane: viajar pelo Deserto do Saara não é para qualquer um. É preciso ter muita coragem, preparação e cuidado. O deserto é um ambiente hostil e perigoso, que oferece vários riscos aos visitantes. Alguns deles são:
- Desidratação: O calor intenso e a falta de água podem causar desidratação severa, que pode levar à morte se não for tratada rapidamente. Por isso, é essencial beber muita água (pelo menos 4 litros por dia), usar roupas leves e protetor solar, evitar o sol do meio-dia e procurar sombra sempre que possível.
- Insolação: A exposição prolongada ao sol pode causar insolação, que é uma elevação da temperatura corporal acima de 40°C. Os sintomas são dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, confusão mental e convulsões. Para prevenir a insolação, é recomendável usar chapéu, óculos escuros e lenço na cabeça. Se alguém apresentar sinais de insolação, é preciso levá-lo para um lugar fresco e arejado, colocar compressas frias na testa e no pescoço e procurar ajuda médica.
- Areia: A areia do deserto pode ser muito irritante para os olhos, o nariz e a boca. Ela também pode causar problemas respiratórios e alergias. Além disso, a areia pode se mover com o vento e formar tempestades de areia, que reduzem a visibilidade e dificultam a orientação. Para se proteger da areia, é aconselhável usar óculos de proteção, máscara facial e luvas. Também é importante fechar bem as malas e os equipamentos para evitar que a areia entre.
- Animais: O Deserto do Saara abriga diversas espécies de animais selvagens, alguns dos quais podem ser perigosos para os humanos. Entre eles estão escorpiões, cobras venenosas (como a naja egípcia), aranhas (como a viúva-negra), lagartos (como o varano-do-deserto), hienas, chacais e leões-do-deserto. Para evitar encontros indesejados com esses animais, é melhor não mexer em pedras ou buracos na areia, não acampar perto de fontes de água ou vegetação e não deixar comida ou lixo expostos.
- Conflitos: O Deserto do Saara também é palco de conflitos políticos e sociais entre alguns dos países que o atravessam. Há áreas onde há guerra civil, terrorismo, sequestros, contrabando e tráfico de drogas. Por isso, é imprescindível verificar a situação de segurança do país que se pretende visitar, consultar as recomendações do Ministério das Relações Exteriores e contratar um guia local confiável.
Como você pode ver, o Deserto do Saara é um destino turístico incrível, mas também muito perigoso. Se você tem vontade de conhecer esse lugar, é preciso planejar bem a sua viagem, tomar todas as precauções necessárias e respeitar a natureza e a cultura locais. Assim, você poderá aproveitar ao máximo essa experiência única e inesquecível.